A Estácio de Sá entra na avenida para homenagear São Luís do Maranhão. A história da agremiação está ligada diretamente à criação das escolas de samba. Ela foi fundada em 1955 como Unidos de São Carlos a partir da fusão de três agremiações.
Em 1983, passou a se chamar Estácio para representar não só o Morro do São Carlos, mas também o bairro do Estácio, considerado o berço do samba carioca. O Adilson está no bairro desde essa época e comentou como toda a história da família se relaciona com a criação da escola.
"A minha história com a escola desde que eu nasci porque eu saía na escola minha mãe de baiana e pai de diretor e nós saímos de figuras. Eu sou um apaixonado pela escola dizendo assim. Nunca sai daqui, embora tenha sido convidado. Aqui é minha segunda pele", disse Adilson de Almeida, baluarte da escola.
Em 2023, a agremiação vai homenagear especificamente o São João de São Luís do Maranhão, tanto o pagão quanto o religioso, e irá promover o encontro entre São João e São Luís no céu. Na fábula, os dois decidem vir juntos para terra na companhia de outros santos e assim, abençoar os festejos maranhenses.
“Eles abençoam os festeiros para mostrar essa mistura de sagrado com festivo que temos aqui na cultura do brasil que está em todas festas. Sempre tem caráter profano e religioso misturado. A ideia é mostrar isso também. Eu criei uma lenda. Não sei até que ponto as pessoas vão entender essa criação porque ela é uma brincadeira. Não tem nada real. Mas acho que as pessoas têm que embarcar na brincadeira, na fábula e na poesia”, disse o Carnavalesco Mauro Leite.
Para escrever o samba, os compositores também embarcaram nessa fábula.
"A gente busca um refrão e a gente tentou fazer um samba leve de fácil pegada e interpretação. Se você escutar o samba você consegue saber o que tem na sinopse. Existe a pesquisa, mas a gente tentou fazer um samba que caísse na boca da escola", falou o compositor Deny Mente.
No ateliê, tudo vai criando forma. Aos poucos as ferragens vão se transformando no que vai ser visto na Marquês de Sapucaí.
"Cada dia a gente tem uma porcentagem de trabalho em cima dos carros em cada alegoria. Traçamos uma meta eu e os profissionais. Conforme o andamento traçamos um caminho para cada alegoria. Se andou a gente continua, se não fluiu a gente revê o contexto e porque não está acontecendo e tenta refazer. Nenhuma escola está 100% pronta no barracão porque dentro do barracão o carnaval da escola é um, na concentração é outro e no desfile é outro diferente. É o segredo do carnaval", afirmou Fábio Moura, diretor de Barracão.
*Sob supervisão de Christiano Pinho