Campanhas mobilizam doações de agasalho para pessoas em situação de Rua

As ações foram antecipadas em até um mês, por causa da onda de frio que chegou no Rio de Janeiro

Caroline Nunes*

As campanhas de agasalho foram antecipadas por conta do frio Reprodução/TV Band Rio
As campanhas de agasalho foram antecipadas por conta do frio
Reprodução/TV Band Rio

Enquanto as temperaturas no Rio caem para 11,8ºC, campanhas começam a ser antecipadas para proteger os mais de sete mil moradores em situação de rua do frio. Nos outros anos, a distribuição de agasalho só começava no fim do próximo mês.

É o caso da Campanha do Agasalho, um projeto da Secretaria Municipal de Assistência Social que está funcionando 24 horas em três pontos da cidade, atendendo e encaminhando essas pessoas para abrigos.

“A demanda por acolhimento cresce bastante no inverno, porque o inverno castiga muito. Com a iminência da chegada dessa onda de baixas temperatura, a Secretaria antecipou essa campanha, que foi exitosa em 2021 e que a Secretaria tá reeditando agora em 2022. É uma campanha que aquece o coração, tanto de quem doa, como de quem recebe um agasalho”, avaliou a secretária de Assistência social do Rio, Evelyn Parente.

A Prefeitura do Rio tem um total de 2.600 vagas em redes públicas e privadas para receber pessoas em situações de rua. A ideia é aumentar esse número, por isso, mais de 70 vagas já foram criadas. A previsão da pasta é conseguir ganhar mais 166 no total.

Os centros de acolhimento irão funcionar em locais como a quadra da Escola de Samba Império Serrano e em alguns shoppings.

O frio preocupa não só a Prefeitura, mas também ONGs com foco na assistência social. A Cruz Vermelha ajuda normalmente pelo menos 400 famílias todo mês com cestas básicas e roupas. Nesse fim de outono, a entidade também antecipou a campanha do agasalho e vai começar a receber doações a partir da próxima Segunda-feira (23)

Entre os itens com maior demanda estão cobertores, agasalhos, meias e até cachecóis.

“São pessoas em situação de rua de todo o entorno aqui do Centro da cidade que contam conosco para isso. Eles dependem dessa ajuda” explicou Anna Maria Penha, coordenadora de projetos humanitários.

O Projeto Ruas também está ajudando. A ONG tem como o propósito fazer o caminho inverso das demais instituições, lá a moradia é oferecida como forma de inserção social do morador em situação de rua. Hoje, quatro pessoas estão em casas alugadas e custeadas pelo projeto.

“Todo ano a gente compra por volta de 500 cobertores e esse ano a gente ainda não conseguiu os recursos pra fazer essa compra. Hoje, a gente não tem a logística para cuidar da limpeza, da higienização das doações. A gente sabe que é uma questão muito urgente, porque tem pessoas passando muito frio na rua hoje”, finalizou Larissa Montel, gestora-executiva do Projeto Ruas.

*Sob supervisão de Natashi Franco