Enquanto as temperaturas no Rio caem para 11,8ºC, campanhas começam a ser antecipadas para proteger os mais de sete mil moradores em situação de rua do frio. Nos outros anos, a distribuição de agasalho só começava no fim do próximo mês.
É o caso da Campanha do Agasalho, um projeto da Secretaria Municipal de Assistência Social que está funcionando 24 horas em três pontos da cidade, atendendo e encaminhando essas pessoas para abrigos.
“A demanda por acolhimento cresce bastante no inverno, porque o inverno castiga muito. Com a iminência da chegada dessa onda de baixas temperatura, a Secretaria antecipou essa campanha, que foi exitosa em 2021 e que a Secretaria tá reeditando agora em 2022. É uma campanha que aquece o coração, tanto de quem doa, como de quem recebe um agasalho”, avaliou a secretária de Assistência social do Rio, Evelyn Parente.
A Prefeitura do Rio tem um total de 2.600 vagas em redes públicas e privadas para receber pessoas em situações de rua. A ideia é aumentar esse número, por isso, mais de 70 vagas já foram criadas. A previsão da pasta é conseguir ganhar mais 166 no total.
Os centros de acolhimento irão funcionar em locais como a quadra da Escola de Samba Império Serrano e em alguns shoppings.
O frio preocupa não só a Prefeitura, mas também ONGs com foco na assistência social. A Cruz Vermelha ajuda normalmente pelo menos 400 famílias todo mês com cestas básicas e roupas. Nesse fim de outono, a entidade também antecipou a campanha do agasalho e vai começar a receber doações a partir da próxima Segunda-feira (23)
Entre os itens com maior demanda estão cobertores, agasalhos, meias e até cachecóis.
“São pessoas em situação de rua de todo o entorno aqui do Centro da cidade que contam conosco para isso. Eles dependem dessa ajuda” explicou Anna Maria Penha, coordenadora de projetos humanitários.
O Projeto Ruas também está ajudando. A ONG tem como o propósito fazer o caminho inverso das demais instituições, lá a moradia é oferecida como forma de inserção social do morador em situação de rua. Hoje, quatro pessoas estão em casas alugadas e custeadas pelo projeto.
“Todo ano a gente compra por volta de 500 cobertores e esse ano a gente ainda não conseguiu os recursos pra fazer essa compra. Hoje, a gente não tem a logística para cuidar da limpeza, da higienização das doações. A gente sabe que é uma questão muito urgente, porque tem pessoas passando muito frio na rua hoje”, finalizou Larissa Montel, gestora-executiva do Projeto Ruas.
*Sob supervisão de Natashi Franco