Campanha de vacinação contra poliomielite continua com baixa adesão no Rio

Mesmo com a prefeitura realizando a busca ativa pelas crianças, apenas 58% delas foram imunizadas.

Felipe de Moura*

Criança se protegendo contra a poliomielite
Divulgação/SMS

A campanha de vacinação contra a poliomielite no município do Rio de Janeiro continua muito baixa. Ao todo, foram aplicadas 185 mil doses na capital Fluminense. Esse número representa apenas 58% das crianças de 1 a 4 anos.

O reforço na campanha e a prolongação da mesma não foram suficientes para alcançar a meta de 95% do público vacinado. No Brasil, essa já é a mais baixa cobertura de imunização contra a poliomielite em mais de 30 anos. Entre as crianças de até 1 ano de idade, apenas 47% das mesmas foram imunizadas contra a pólio.

"A gente vinha apresentando coberturas vacinais adequadas, mas a gente percebe nesse último ano uma tendência de queda que se confirma esse ano. A gente está num cenário preocupante atualmente. Se a gente não cumpre a grade o vírus, tem chance de entrar e um potencial risco de uma doença voltar a acontecer, o que a gente não quer", comentou Nadja Greffe, Coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde.

No país, 65% das crianças tomaram a vacina contra a doença até o momento. Por isso, a organização pan-americana da saúde teme que o vírus seja reintroduzido no Brasil, que teve um caso no estado do Pará depois de mais de 30 anos. Segundo o Ministério da saúde, de 1968 a 1989, o brasil registrou mais de 26 mil casos de infecção da doença. A partir da década de 80, com as campanhas de vacinação contra a pólio, a doença foi erradicada.

"Eu tenho um filho de 1 ano e 10 meses e ele segue tomando todas as vacinas periódicas e recomendadas pela pediatra. A campanha contra a poliomielite mostra que é muito importante a gente continuar nesse esforço de conscientização da sociedade sobre essa doença. É uma doença muito séria, muito grave", falou a empresária Andressa Barenco David Daher.

Segundo a infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara, a melhor medida para evitar pega a poliomielite é a vacinação.

"O raciocínio para as crianças é o mesmo daquele para adultos. Todos são vulneráveis a serem infectados. Qual a melhor medida preventiva? A vacinação. Não manter a vacinação elevada da população significou a volta de uma doença que tem capacidade de matar ou deixar graves sequelas para a vida toda. Imagino como ficarão os responsáveis por crianças não vacinadas ao vê-las numa cadeira de rodas por não ter sido vacinada para a pólio", disse Tânia.

*Sob supervisão de Natashi Franco

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