BRTs funcionam normalmente nesta segunda-feira no Rio de Janeiro

Greve dos motoristas começou na sexta-feira (28) e se estendeu até a tarde de sábado

Beatriz Duncan

A Prefeitura do Rio tomou a administração do BRT, pela primeira vez, no dia 17 João Fraga/Band Rio
A Prefeitura do Rio tomou a administração do BRT, pela primeira vez, no dia 17
João Fraga/Band Rio

Depois de um fim de semana complicado no BRT, os ônibus funcionaram com normalidade, na manhã desta segunda-feira (28). A greve de motoristas, que cobravam um aumento salarial e pagamento de horas extra, começou na última sexta (25) e se estendeu até a tarde de sábado, quando o serviço voltou a ser prestado parcialmente. A interrupção das linhas afetou milhares de cariocas.

Todas as linhas já tinham voltado a operar neste domingo (27), depois de um acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em audiência conciliatória. Na reunião, a Justiça determinou a volta do sistema e, em contrapartida, as demissões por justa causa seriam reavaliadas. A greve foi considerada ilegal por ter sido realizada sem aviso prévio, e por isso a Prefitura decidiu demitir os líderes do movimento que tinham sido identificados pela Mobi-Rio, empresa pública que administra o sistema desde o dia 17 de fevereiro.

Com o fim da greve, o município do Rio voltou ao estágio de normalidade, depois de ficar quase dois dias no estágio de  mobilização por conta do impacto da paralisação na movimentação da cidade.

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

Em meio a desacordos com funcionários, o BRT se encontra também em um vai e vem na concessão do serviço. No sábado, depois de uma decisão liminar da Justiça do Rio, a concessionária que administrava o sistema conseguiu retomar o contrato, que tinha se tornado inválido. A Prefeitura entrou com recurso e conseguiu vitória no domingo (27), depois de uma decisão do 1º Vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, José Carlos Maldonado.

"Devolver aos consórcios a administração do serviço público será praticamente garantir a ineficiência do serviço por eles já demonstrada", afirmou em declaração pública. "O serviço do transporte público pelo BRT RIO S/A está longe de ser no mínimo razoável. A intervenção que os afastou da gestão restabeleceu um pouco de ordem pela reabertura das estações e retorno de inúmeros ônibus articulados à atividade", explicou o juiz na decisão.

A Prefeitura do Rio tomou a administração do BRT, pela primeira vez, depois de declarar caducidade do contrato, no dia 17 de fevereiro. O governo alega a falta de cumprimento de obrigações contratuais já estabelecidas. Desde então, a Mobi-Rio, empresa pública criada para administrar o sistema, cuida desde o monitoramento da frota nas ruas até o pagamento dos salários dos funcionários.