Bicheiro Bernardo Bello é apontado como mandante de morte de advogado em Niterói

Polícia fez operação, mas não encontrou o contraventor. Carlos Daniel Dias André foi executado a tiros na Região Metropolitana do Rio, em maio do ano passado.

*Ana Clara Prevedello e Marcus Sadok

Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público realizaram uma operação hoje (27) para prender o bicheiro Bernardo Bello, apontado como mentor da execução de um advogado em Niterói. O contraventor não foi encontrado e é considerado foragido.

Os investigadores afirmam que ele planejou a morte do ex-policial e advogado Carlos Daniel Dias André, executado a tiros em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em maio do ano passado. Bello teria dado a ordem de execução após a vítima atrapalhar os negócios do jogo do bicho.

Ao todo, a Justiça expediu seis mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na Operação Às de Ouros II. Wallace Pereira Mendes, agente da Secretaria de Administração Penitenciária, instalou um GPS no carro da vítima antes da execução, segundo a polícia. Ele foi preso em Olaria, na Zona Norte do Rio.

Allan Diego e Marcello Magalhães também foram presos. Eles eram sócios em uma empresa que vende kits para churrasco, mas romperam. O MP narra na denúncia que Allan expulsou Marcello da sociedade com ajuda de um grupo armado. 

Marcello teria procurado Carlos Daniel para ajudar com o litígio. Sem sucesso, o advogado orientou que seu cliente registrasse o caso na polícia. A decisão provocou a ira de Allan, que alinhou com Bernardo Bello a ordem de execução, segundo os investigadores.

Além de Bello, outros dois alvos não foram encontrados.

A Polícia já havia prendido na primeira fase da operação os dois executores do crime.

Bernardo Bello é apontado como um dos bicheiros mais influentes do Rio de Janeiro nas últimas décadas. Ele chegou ao topo da contravenção após romper com a esposa e toda a família dela, o Clã Garcia, em episódios marcados por assassinatos. No meio da briga, ele ainda presidiu a escola de samba Unidos de Vila Isabel.

O contraventor também é citado no caso Marielle Franco, mas não tem ligação direta com o crime apontada pela polícia. Nesta semana, a Polícia Federal revelou que um ex-segurança dele, Edmilson Macalé, teria sido a ponte entre o mandante e Ronnie Lessa. O ex-PM Macalé foi morto em 2021.

É a segunda operação em 2023 que tenta prender Bello, sem sucesso. Em março, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio também não encontraram o contraventor.

Ele também é réu pela morte de Alcebiades Paes Garcia, o Bid, tio de sua ex-esposa. Ele chegou a ser preso na Colômbia, mas foi solto meses depois pelo STJ.

A Band Rio tenta contato com as defesas dos citados, mas não conseguiu respostas até o fechamento desta reportagem.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.

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