Babá muda a versão e pai de Henry se emociona ao falar do filho, relembro o julgamento do caso

A próxima audiência está marcada para os dias 14 e 15 de dezembro

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

O pai do menino relatou que Henry já não queria mais voltar para casa
TV Bandeirantes

Foram dez testemunhas ouvidas nas mais de 14 horas da primeira audiência do caso Henry Borel. O ex-vereador Jairinho, réu do inquérito, não compareceu ao tribunal, a participação dele foi por videoconferência. Já Monique Medeiros, mãe de Henry, só se ausentou do tribunal a pedido de uma das testemunhas, a babá do menino, Thayná de Oliveira. A próxima audiência está marcada para os dias 14 e 15 de dezembro.

Segundo a babá da criança, que trabalhou na casa da família por 25 dias, a presença de Monique na sessão a deixava desconfortável, ela afirmou se sentir coagida. Pela terceira vez, Thayná de Oliveira mudou o depoimento, durante o relato dessa madrugada ela disse que não presenciou nenhum momento de agressão contra Henry, partindo de Jairinho.

"No meu entendimento era a Monique que me fazia acreditar em muita coisa e por isso a minha cabeça estava transtornada e eu começava a imaginar um monstro, mas ali no quarto poderia não estar acontecendo nada e eu estava imaginando um monte de coisa", disse a bábá da criança em depoimento.

O promotor do caso, Fábio Vieira, alegou que abrirá um inquérito para a apurar se a babá por falso testemunho. Os advogados de defesa de Monique Medeiros chegaram a pedir a prisão de Thayná em flagrante, mas não tiveram sucesso.

Durante o testemunho de Leniel Borel, pai da criança, ele afirmou que a Monique com o Jairinho não era a mesma que ele conhecia antes do divórcio, o ex-marido da professora chegou a citar viagens que ela teria feito sem a presença do filho.

"Eu já ouvi umas quatro versões da Monique, que eles encontraram o menino, que ele estava meio gelado e que foram para o Barra D'Or. Imaginei que na polícia ela falaria o que ela sabia, mas nem ela, nem a dona Rosangela e Tainá foram honestas. Ainda falavam em acidente", expôs o pai da criança.

Em um depoimento emocionado, o pai lembrou dos últimos momentos que teve com Henry na noite em que ele morreu. Leniel afirmou que entregou a criança para a mãe sem as 25 lesões que ele tinha no corpo, constatadas no laudo pericial.

"Eu entrego meu filho bem e chego com meu filho pelado, tentando ser reanimado. Jairo conta que ouviu um barulho, eu perguntei por que ele não fez ressuscitação, já que era médico, e ele disse que no estado que ele estava, era melhor correr para o hospital", comentou o pai emocionado.

A sessão chegou a ser interrompida em mais de um momento pela juíza Elizabeth Machado. Durante um momento em que pedia silêncio, Elizabeth chegou a afirmar que a sessão não era a CPI e por isso não deixaria virar um circo.

Os senadores a frente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia não receberam bem a fala da magistrada e informaram que abrirão uma representação legal no Conselho Nacional de Justiça contra ela. A juíza pediu desculpas posteriormente e disse que não tinha a intenção de ofender os parlamentares.

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