Audiência de conciliação busca rumo para greve no BRT

Motoristas pararam na última sexta (25), 8 foram demitidos pela prefeitura por justa causa

Beatriz Duncan

 Cerca de 30 ônibus já voltaram a circular no Rio de Janeiro durante o sábado João Fraga/Band Rio
Cerca de 30 ônibus já voltaram a circular no Rio de Janeiro durante o sábado
João Fraga/Band Rio

Durante uma reunião com o Tribunal Regional do Trabalho, na tarde deste sábado (26), o Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José da Silva, afirmou que existem interesses paralelos por trás da greve que impactou o BRT, na última sexta (25), deixando milhares de pessoas sem transporte no Rio. Cerca de 30 ônibus articulados já voltaram a circular na cidade neste sábado, alimentando 2 linhas. A desembargadora Edith Maria Correa Tourinho preside a sessão, que acontece de forma virtual.

A procuradora regional do Trabalho, Deborah da Silva Félix, afirmou que o encontro estava marcado para resolver unicamente a greve no modal, e não as tratativas de caducidade, decreto suspenso pela Justiça do Rio em decisão liminar hoje (26). Ela sugeriu uma trégua entre a Prefeitura e os grevistas. Para a conciliação, foi proposto reverter as demissões por justa causa tomadas pela Mobi-Rio, empresa pública que passou a administrar o BRT agora em fevereiro. As demissões aconteceram depois que a Prefeitura identificou os oito líderes da greve, que foi declarada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho.

No entanto, o procurador do município, Rodrigo Meireles Bosisio, afirma que para estabelecer um acordo, é necessário que os trabalhadores voltem ao serviço. Sem a retomada do sistema, a Prefeitura diz que não irá analisar as demissões. A juíza refutou, dizendo que as duas ações tem que ser feitas de forma conjunta.

A audiência ainda está em andamento e aguarda agora uma proposta do sindicato dos rodoviários para a volta do sistema de transporte.

PAGAMENTOS

Ainda não há uma definição em relação ao adiantamento salarial dos rodoviários, como solicitado anteriormente pela categoria. Não foi decidido também como, e se será, feito o pagamento das rescisões trabalhistas dos profissionais desligados no momento do fim do contrato com a concessionária e o início do trabalho para a Prefeitura.

O sindicato sugere que a Mobi-Rio indenize ainda 42 trabalhadores, que já estavam afastados antes da caducidade do contrato, que ficaram sem os valores da recisão.