Apontado como mandante de ataque ao helicóptero da PM em 2009, FB vai a júri

Após traficantes atirarem e derrubarem a aeronave da corporação, que sobrevoava o morro dos Macacos, três policiais militares morreram

Júlia Zanon*

FB vai responder como mandante de ter disparado contra helicóptero da PM
Reprodução/ TJRJ

Quatorze anos depois do ataque a uma aeronave da Polícia Militar, Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, vai a júri popular. Ele é apontado pelas investigações como o mandante do crime. FB está preso desde janeiro de 2012 em um presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O julgamento começou hoje (20), mas a previsão é que dure mais de um dia. Ele acompanhará tudo virtualmente.

O caso aconteceu em 17 de outubro de 2009. Na madrugada daquele dia, criminosos do Comando Vermelho de várias comunidades do Rio se reuniram para invadir o Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio, na época, controlada pela facção Amigos dos Amigos (ADA). A Polícia Militar entrou na favela para conter a guerra entre as facções, mas a aeronave da corporação foi atingida por disparos e caiu na Vila Olímpica de Sampaio.

Seis agentes da PM estavam no helicóptero. Desses, dois morreram na hora na hora - Marcos Stadler Macedo e Edney Canazaro de Oliveira - e Izo Gomes Patrício sobreviveu à queda, mas não resisttiu aos tiros e queimaduras do corpo. Três militares sobreviveram: o piloto Marcelo Vaz de Souza, o copiloto Marcelo Mendes e o cabo Anderson dos Santos.

O caso gerou uma onda de violência nas favelas do Rio e mais de 30 pessoas morreram nos cinco dias seguintes à invasão.

A investigação inicial apontou 26 responsáveis pelo crime, mas até hoje não se sabe quem disparou contra a aeronave. Três pessoas foram de fato condenadas pelo crime. Em setembro do ano passado, Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, vulgo Magno da Mangueira, e Leandro Domingos Berçot, conhecido como Lacoste, foram sentenciados a 193 anos de prisão. Luiz Carlos Santino da Rocha, o Playboy, também foi condenado pelo mesmo crime em 2019 e a sentença chegou a 225 anos. Um quinto acusado, Michel Carmo de Carvalho, morreu antes de seu julgamento.

Segundo as investigações, FB é a única liderança do Comando Vermelho apontada como mandante do crime.

*Sob supervisão de Helena Vieira

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