Apenas três restaurante populares estão abertos em todo o município do Rio

Frequentadores reclamam de falta de refeições a preços baixos em meio à crise gerada pela pandemia

Beatriz Duncan (sob supervisão)

A previsão é de que 26 restaurantes sejam reabertos em 17 municípios do estado até 2022
Reprodução/TV Band Rio

Por conta da crise econômica na capital fluminense, agravada pela pandemia da Covid-19, famílias que dependiam de restaurantes populares como o Restaurante Popular do Betinho e de comércios similares se encontram em situação de dificuldade. As refeições de R$1 eram o único sustento alimentício de muitos. E a fome, agora já é parte da realidade dessas pessoas.

Luciana Ramos frequentou o restaurante com pais e familiares por 16 anos. Mãe de oito filhos, ela hoje sente no bolso o impacto do fechamento do restaurante há cinco anos. Luciana precisou abrir um brechó para conseguir manter alguma forma de renda.

“Se o Restaurante Popular do Betinho tivesse funcionando, eu já não teria que me preocupar comprando comida porque eu teria um lugar para comer com os meus filhos. Tem outras pessoas que eu conheço que passam a mesma dificuldade. É de dar pena, sabe? Eu sempre ajudo sempre que posso. Eu já passei muita fome”, completa Luciana.

O objetivo de restaurantes populares é oferecer refeições de qualidade por um baixo custo para aqueles que vivem com insegurança alimentar.

“(O fechamento dos restaurantes) foi mais perceptível para pessoas de renda mais baixa já que esses locais trabalham com dieta balanceada, garantindo a reposição nutricional indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, explica o economista Tiago Sayão.

Mas, para além disso, os estabelecimentos eram fonte de renda e trabalho para muitos. Para ele, a reabertura desses locais é um bom caminho não só para ajudar no desemprego, mas também para trazer uma base para famílias com necessidades alimentares.

“(Esses restaurantes também) são locais que empregam pessoas com qualificação profissional indicadas para esses estabelecimentos tendo efeito positivo na cadeia de abastecimento”, completa o economista.

Além da filial do Centro, outros quatro restaurantes foram fechados em Madureira, no Méier, na Cidade de Deus e em Irajá, deixando toda uma equipe fora do mercado de trabalho. Segundo dados divulgados pelo IBGE, a capital fluminense tem a 5ª maior taxa de desemprego do Brasil.

No último dia 10, uma manifestação foi feita por ONGs e instituições da sociedade civil em frente à antiga fachada do estabelecimento cobrando a reabertura do local, perto da estação Central do Brasil. 500 quentinhas foram distribuídas para pessoas em situação de vulnerabilidade no final da ação.

Segundo o Governo do Estado, a previsão é de que 26 restaurantes sejam reabertos em 17 municípios do estado até 2022. Dois já estão em funcionamento em Duque de Caxias e no centro de Campos dos Goytacazes, no sul do estado. Reformas e novos equipamentos estão previstos para o projeto. Cerca de R$17 bilhões vão ser investidos.

52 unidades do programa Café da Manhã do Trabalhador também vão ser inauguradas. O projeto tem como objetivo distribuir refeições diárias toda manhã em ônibus, metrô e trens do estado. A ideia é atender 42 mil pessoas por dia.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.