Uma ambulante está internada em estado grave no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Federal dos Servidores do Estado, no Centro do Rio. Aline Martins Cunha, de 38 anos, estava desmontando a barraca onde vende bolos e café, em frente à unidade na região central, na tarde de segunda-feira (17), quando foi atingida por um galho de árvore que caiu na entrada do hospital durante o temporal. Segundo testemunhas, ela foi socorrida rapidamente.
“Foram 10 minutos de chuva e aconteceu esse caos todo. O pessoal do hospital foi super ágil. Se fosse esperar bombeiros ou Samu, poderia ter sido pior”, disse o guardador Matheus Pinheiro.
Outras barracas ainda estavam sendo desmontadas no momento do acidente. A ambulante Nazaré Caetano conseguiu deixar o local antes da parte da árvore cair.
“Fiquei esperando a chuva passar em uma loja perto e quando diminuiu, eu fui embora. Era uma chuva muito forte, com raios e trovões”, contou.
Na mesma tarde, em São Conrado, na Zona Sul, um ciclista foi resgatado por bombeiros nas pedras do costão da Niemeyer. Eliezer Silva, de 65 anos, foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, e tem quadro de saúde estável.
Moradores de outros pontos do estado do Rio registraram chuvas, ventos fortes e queda de granizo. O gramado do Estádio São Januário, em São Cristóvão, ficou tomado por pedras de gelo.
O Centro de Operações Rio (COR) informou que pelo menos 11 árvores caíram e 13 bolsões de água se formaram durante o temporal de segunda-feira (16).
Mudanças Climáticas
Durante esse temporal, choveu 44% do esperado para todo o mês de maio na cidade do Rio.
Além disso, com a chuva de 899 milímetros em 96 horas em Angra dos Reis, na Costa Verde, e 230 milímetros em 3 horas em Petrópolis, o estado bateu todos os recordes pluviométricos registrados no país.
Segundo especialistas, esses fenômenos extremos podem se tornar comuns nos próximos anos.
“Esse tema de mudanças climáticas deve ser tratado de forma transversal a todos os governos. Com órgãos de saúde, transporte e desenvolvimento urbano”, defende o mestre em Defesa Civil Paulo Renato Vaz.
Entre os principais motivos para esses tipos de eventos climáticos, estão o aquecimento da temperatura do mar na costa do Rio de Janeiro.
“Águas do oceano mais quentes fornecem mais umidade para a atmosfera e favorecem a formação de tempestades mais severas, o que pode ser uma coisa frequente no futuro”, explicou o meteorologista Giovanni Dolif.
*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco.