A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante do homem que agrediu o ator Victor Meyniel em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Yuri de Moura Alexandre passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (4).
Na decisão, o juiz Bruno Rodrigues Pinto ressaltou a violência da agressão e disse que o crime teria sido cometido por motivo fútil, após Yuri se incomodar quando a vítima o questionou, na frente do porteiro do prédio, sobre o motivo de estar sendo tratada com descaso depois de terem se relacionado.
As investigações apontam que o agressor escondia seus relacionamentos com outros homens.
O magistrado também citou que, embora Yuri já tenha sido casado com outro homem e possua interesse em pessoas do mesmo sexo, isso não impede que ele tenha praticado o delito por homofobia.
O ataque foi registrado por câmeras de segurança do edíficio. As imagens mostram que, após uma discussão, Victor foi socado diversas vezes no rosto. Em seguida, ele foi deixado ferido, no chão.
O porteiro do prédio, Gilmar José Agostini, observou as agressões sem intervir ou prestar socorro. Ele foi foi autuado pela Polícia Civil por omissão de socorro.
“Ele não precisa se meter na briga. Ninguém precisa se meter na briga, até pela integridade física. Mas você precisa chamar o socorro", explica a delegada Débora Rodrigues.
Yuri de Moura Alexandre foi preso em flagrante e autuado por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica. Segundo a delegada, ele não demonstrou arrependimento na delegacia e mentiu que era médico da aeronáutica, quando na verdade é estudante.
Victor Meyniel conheceu o agressor em uma boate de Copacabana e foi para a casa dele, no mesmo bairro. Segundo a defesa do ator, eles beberam e ficaram juntos. No entanto, quando uma amiga que divide apartamento com Yuri chegou, o comportamento dele mudou e a violência começou.
“Começa a desencadear a agressão ainda no apartamento. Eles (o agressor e a vítima) se encontram na portaria e o Victor pergunta pra ele ‘o que aconteceu? Nós estávamos super bem. A gente tava super de boa. Ninguém sabe que você é gay?'”, conta a advogada de Victor, Maíra Fernandes.
“Ele (Yuri) vira e fala ‘olha, gay é você. Eu não', e começa a dar socos nele (Victor)”, afirma a delegada Débora Rodrigues.
Victor Meyniel tem 26 anos e fez aniversário no dia da agressão.
A Band Rio não conseguiu contato com as defesas de Yuri e Gilmar.