Aeroporto Santos Dumont será restrito a voos para São Paulo e Brasília

Medida foi definida em reunião entre o prefeito Eduardo Paes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Galeão volta a fazer a maioria dos voos domésticos a partir de janeiro.

Ana Clara Prevedello*

O Aeroporto Santos Dumont ficará restrito a voos domésticos para Congonhas, em São Paulo, e para Brasília. A decisão foi tomada após um encontro entre o prefeito Eduardo Paes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (14).  

A medida passa a valer a partir de janeiro do ano que vem, e busca uma solução para o esvaziamento do Aeroporto Internacional Tom Jobim.

Em 2022, o Galeão, que tem capacidade para receber 37 milhões de passageiros por ano, recebeu apenas seis milhões. No mesmo ano, o Santos Dumont operou com um milhão de passageiros a mais do que o limite.

Agora, o Galeão volta a fazer a maioria dos voos nacionais. As viagens internacionais também serão limitadas no Santos Dumont. Segundo Eduardo Paes, não será possível para o passageiro fazer o check-in no aeroporto e pegar a bagagem no destino final.

“O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro volta a receber os voos domésticos que sempre teve, o que permite que o Galeão seja um hub internacional. Isso é uma mudança importantíssima sobre todos os aspectos, o Rio é uma cidade que precisa de um aeroporto internacional, é a porta de entrada do Brasil”, disse o prefeito.

Para o estudante de Ciências Aeronáuticas Alexandre Cardoso, a decisão é boa e ajuda no seu deslocamento até o aeroporto.

“Eu acho melhor, eu venho da Zona Oeste para cá, então acaba sendo muito contramão até chegar no Santos Dumont. Já para o Galeão eu tenho mais facilidade de acesso”, disse.

Mas enquanto alguns comemoram, outros lamentam pela distância do Galeão do Centro do Rio de Janeiro.

“Vai ser mais complicado e difícil, né? Mas a gente dá um jeito. Vai demorar mais, aqui é bem mais prático. Em treze minutos eu estou aqui. Para ir lá, eu demoro no mínimo meia hora, ou uma hora”, conta Luival Lopes, aposentado.

Marcus Reis, especialista em aviação, explica que para a medida funcionar é necessário que o Aeroporto Galeão tenha um sistema de transporte público, que conecte o local com os principais pontos do Rio de Janeiro.

“Qual é a única maneira que você tem de sair do Aeroporto do Galeão? É por táxi. Você não tem ônibus, não tem metrô, não tem VLT, entendeu? Essa é a grande desvantagem. (...) Eu acho que tem que ter um projeto que vai dar segurança a esse passageiro, para poder dar fluidez no trajeto”, conclui.

Com o esvaziamento do Galeão durante o ano passado, a Changi, empresa que administra o terminal, discutiu a entrega da concessão, mas voltou atrás.

Nesta semana, o governador Cláudio Castro indicou a possibilidade de uma gestão compartilhada dos dois aeroportos, por meio de uma união entre o estado, o município e o governo federal. A sugestão ainda está sob análise.

*Sob supervisão de Christiano Pinho 

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