Advogada vítima de sequestro em Petrópolis está desaparecida há três meses

Mesmo com o resgate pago, Anic Almeida não foi libertada pelos sequestradores. Polícia investiga se ela foi assassinada

Rebbeca Henze*

Advogada vítima de sequestro em Petrópolis está desaparecida há três meses
Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos.
Reprodução/vídeo

A polícia civil investiga o paradeiro da advogada e estudante de psicologia Anic de Almeida Herdy, de 54 anos. Ela foi vista pela última vez em um estacionamento em Petropolis, no dia 29 de fevereiro deste ano. Os investigadores não descartam a possibilidade de que ela tenha sido assassinada.

O marido de Anic é Benjamin Herdy, de 78 anos, herdeiro de uma família dona do grupo de universidades Unigranrio. No dia que ela desapareceu, ele passou a receber mensagens dos sequestradores e um pedido de resgate de R$ 4,6 milhões. Mesmo após o pagamento, Anic seguiu desaparecida.

No dia marcado para o pagamento do resgate, Benjamin foi a um shopping na Zona Oeste do Rio, local combinado para que ela fosse libertada, enquanto Lourival seguiu com parte do dinheiro para, supostamente, entregar aos sequestradores.

Um amigo da família, Lourival Correa Netto Fatiga, seus dois filhos e uma mulher que seria sua amante foram presos pelo crime de extorsão mediante sequestro. A polícia descobriu que Lourival comprou uma caminhonete avaliada em R$ 500 mil, uma moto de R$ 30 mil e gastou quase R$ 800 mil na compra de celulares para abastecer a loja de eletrônicos da família dele.

De acordo com as investigações, Lourival era funcionário da família da advogada há três anos e conseguiu a confiança dos membros quando mentiu ao se apresentar como policial federal, e ocupou o cargo de segurança, acompanhando a rotina da família. Durante todo o tempo, ele aconselhou a família a não procurar a polícia.

Depois do pagamento do resgate, a filha do casal chegou a receber uma mensagem do telefone de Anic. O texto dizia que ela tinha se apaixonado por outra pessoa e começaria uma nova vida em outro país. No dia 14 de março, a jovem foi à polícia.

Testemunhas contaram à polícia que Anic e Lourival tiveram um envolvimento amoroso. As investigaçoes apontam que, inicialmente, ela pode ter aderido ao plano, mas a falta de notícias de Anic, fez a polícia acreditar que ela pode ter sido morta e tido o cadáver ocultado.

A defesa de Lourival diz os fatos foram especulativos e baseados em suposições, que vai comprovar que os verdadeiros eventos não foram apurados e que acredita na inocência de Lourival.

Sob supervisão de Helena Vieira*