“A gente não tem segurança nem no momento mais feliz”, contou Naiane Guedes, técnica de radiologia e paciente de Giovani Quintella Bezerra, preso em flagrante nesta segunda-feira (11) por estupro durante uma cesariana. O médico esteve no parto do terceiro filho dela, no dia 5 de junho, no Hospital da Mãe, em Mesquita, Baixada Fluminense.
A mulher ainda contou que o médico “ficava falando baixinho” no ouvido dela e disse ter estranhado tomar a anestesia geral, já que nos dois primeiros partos que ela teve, Naiane não recebeu esse tipo de anestesia.
“Essa é a terceira cesárea, anteriormente eu não tomei nenhuma anestesia geral. Eu fiquei completamente dopada e estranhei esse comportamento. A sedação foi diferente. O tempo todo ele ficava falando baixinho no meu ouvido e isso me incomodou bastante”, complementou ela.
A mulher também falou que, ao ver o criminoso na TV, ficou “desesperada”.
“Após ver as imagens dele, eu me desesperei e resolvi procurar a delegacia. No parto, quando eu recuperei minha consciência, só escuto a voz dele no centro cirúrgico, não escutei a de mais ninguém. A impressão que eu tive é que eu estava sozinha com ele. Mas não sei se aconteceu alguma coisa comigo, eu estava sedada. Uma pessoa insconsciente não pode garantir o que tenha acontecido”, falou Naiane.
Ela esteve na manhã desta terça-feira na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. De acordo com a apuração da Band, cerca de quatro vítimas foram ouvidas hoje na delegacia.
“É uma violência para a gente, para a nossa família. A gente não tem segurança nem no momento mais feliz. Uma pessoa que a gente entrega a nossa vida, a gente acredita nessas pessoas e ficamos sujeitos a um estuprador. Estuprador não tem cara. Não sei o que pode ser feito para que esses casos não aconteçam. Graças a Deus, a ajustiça está feita e ele está preso. Eu até falo para as mulheres que possam ter passado por isso, para vir fazer o reconhecimento, porque é importante”, alertou a técnica de radiologia.
O marido de Naiane Guedes, Rafael Marques de Oliveira, disse que o anestesista pediu para ele sair da sala de parto.
“É revoltante. Eu pude acompanhar o parto até um momento, depois ele (Giovani) pediu para eu sair. Ele pediu para eu me retirar, que seria com a parte da equipe médica. Eu saí com a pediatra e ele ficou lá dentro com ela. Ela foi sedada depois que eu saí, depois disso não vi mais. Eu fico feliz porque ele está preso, porque não vai acontecer com mais ninguém, mas é revoltante”, falou Rafael Marques, técnico de radiologia.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco