Cerca de 2 milhões de pessoas não tomaram nenhuma dose da vacina contra a Covid-19 no estado do Rio de acordo com um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Mais de 1,5 milhões de fluminenses acima de 5 anos não foram aos postos para receber a segunda dose do imunizante. Com isso, cerca de 3,5 milhões não estão com o esquema vacinal primário completo.
“A única explicação para esta quantidade de pessoas não terem se vacinado para COVID-19 é um completo desconhecimento do que está amplamente publicado no mundo inteiro. Se a pessoa fizer uma busca rápida sobre o efeito das vacinas da COVID sobre o número de casos, a gravidade de doença e óbitos decorrentes, verá que houve uma dramática redução de casos graves e óbitos desde que as vacinas se tornaram disponíveis”, comentou a infectologista Tânia Vergara.
Outro dado alarmante é que cerca de metade dos 12 milhões de pessoas acima de 18 anos que receberam as duas doses, também não voltaram aos postos para tomar a terceira injeção. Todos com quarenta anos ou mais já podem tomar a quarta dose.
Realizado entre os dias 9 e 10 de junho, o levantamento da SES ainda revelou que 59% das pessoas internadas com Covid estão com o esquema vacinal incompleto.
“Tem que vacinar, não tem outro jeito. A vacina é uma prevenção de doenças, então a gente não pode deixar isso não acontecer. Tem que vacinar sim, a vacinação tem que continuar”, falou Helenilde Fortes, de 62 anos, que tomou a quarta dose da vacina contra a Covid hoje.
No município do Rio, apenas 47% das pessoas acima de 50 anos tomaram a terceira dose do imunizante. 70,3% dos cariocas com 18 anos ou mais tomaram o imunizante de reforço. Nesta segunda-feira (27), 168 pessoas estão internadas com o coronavírus na rede SUS da capital e 8 aguardam vaga. No último levantamento da Secretaria Municpal de Saúde, 85% das pessoas internadas estavam com o esquema vacinal incompleto.
“As pessoas desconhecem que as plataformas das vacinas já estavam em estudos para outros vírus, por isso foi "tão rápido " a produção das vacinas contra a Covid. Alguns acham que os eventos adversos das vacinas são piores que a infecção pela Covid, o que é um grande erro. Eventos adversos são geralmente autolimitados, de pouca gravidade, ao contrário da doença que pode evoluir para formas graves, óbitos e sua forma longa (COVID longa). No caso de crianças e adolescentes, os pais têm esses receios, mas estes também podem evoluir para formas graves de doença e óbito. Certamente as vacinas são mais seguras, para todos as faixas etárias, do que a doença em si”, afirmou a pneumologista Patrícia Canto.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco