Na área, por João Lidington
Jornalista, amante do jogo explicado por números e estatísticas e apreciador do bom futebol; do "tiki taka" à licença poética do chutão.
Sim, eu sei que o Vasco não jogou bem, mas venceu. Isso basta! Peraí, não é hora de cobrar show, posse de bola, espetáculo, goleada... Pelo menos neste momento. O Gigante da Colina vinha de uma sequência de 8 derrotas seguidas como visitante nesta Série B. E a vitória veio, da maneira que foi, com o DNA do time da virada.
Ao contrário do técnico Jorginho, na coletiva pós-jogo, não quero relembrar a histórica virada na final da Copa Mercosul contra o Palmeiras, no lendário 4 a 3 de Romário, Juninho Pernambucano e Juninho Paulista em 2000. Acho exagerado ou “too much” como dizem os mais jovens. Era o Operário e na Segunda Divisão. Calma lá. No entanto, essa remontada diante do time paranaense é um divisor de águas nesta Série B. Mexeu demais com o vascaíno. Mesmo vendo o Vasco jogando mal, resgatou a vontade do torcedor ir até a janela gritar e acreditar no acesso.
Não precisava ser tão sofrido. Eu sei. Pela grandeza do clube era para estar nadando de braçadas como o Cruzeiro fez. Mas o que não pode é se afogar novamente na Segundona. E quem jogou a boia foi o atacante Alex Teixeira. Logo ele. Tinha que ser ele. Identificado com o clube, vascaíno de coração e que também esteve no acesso do Vasco em 2009. A torcida estava perdendo a paciência com o jogador. Ele não estava correspondendo, mas os dois gols de ontem mudaram o rumo da história do time.
É bem verdade que o acesso ainda não aconteceu. O caminho até lá é longo e tortuoso. Restam cinco rodadas por jogar. Novorizontino, Criciúma e Sampaio Correa em casa e os difíceis confrontos com Sport e Ituano, como visitante. Logo, é imprudente cravar, mas no calor da emoção não é absurdo dizer que o Vasco subiu exatamente no momento em que o árbitro apitou o final do jogo e o 3 a 2 em cima do Operário foi confirmado.