Na área, por João Lidington
Jornalista, amante do jogo explicado por números e estatísticas e apreciador do bom futebol; do "tiki taka" à licença poética do chutão.
Não vou me iludir... já me iludi. Os 5 a 1 do Brasil em cima da Tunísia, na terça-feira (27), faz qualquer brasileiro minimamente otimista acreditar no Hexa. Não que os tunisianos sejam o melhor parâmetro para a Seleção Brasileira – lembrando que os europeus se fecharam na panelinha da Nations League e não nos deixam participar de confrontos mais pesados –, mas aquela sensação de que achamos o time ficou notória em cada comemoração efusiva de Tite à beira de campo nos gols do nosso último amistoso no Parque dos Príncipes, em Paris.
Mais do que isso. Achamos o time e variações deste time. Agora se o esquema mais conservador com Casemiro e Fred não funcionar, um Vini Jr pode ser lançado de um lado, um Rodrygo do outro. Richarlison e Pedro podem revezar na frente, caso o titular não marque. Exatamente ao contrário da Copa de 2018, na Rússia, quando o treinador brasileiro morreu abraçado em um único esquema e num jeito de jogar. Mérito do nosso Professor que optou por buscar a evolução e não ficou preso remoendo o passado. Parece loucura dizer, mas a derrota para a Bélgica abriu a mente de Tite.
Justamente isso nos faz ficar mais próximo do Hexa no Catar. E se olharmos nossos concorrentes também temos motivos para acreditar. A França, atual campeã e uma das favoritas ao título, vive instabilidade interna no elenco e vem de uma derrota, de 2 a 0, para a Dinamarca na Nations League. A Bélgica de De Bruyne e Lukaku está na última dança da chamada “geração belga” e perdeu para a Holanda, por 1 a 0, na última rodada da competição europeia.
O inimigo mais perigoso talvez esteja morando ao lado. A Argentina, de Lionel Messi, chegará ao Mundial do Catar com um retrospecto de 35 partidas sem derrotas. Inclusive a última vez que o Brasil perdeu foi para os hermanos na final da Copa América de 2021. No entanto, a seleção do técnico Lionel Scaloni não encanta como a de Tite e ele também não tem tantas alternativas como Adenor Bacchi tem nas mãos.