Após um homem de 55 anos ter sido torturado e morto por funcionários de uma clínica de reabilitação em Cotia, na Grande São Paulo, a Vigilância Sanitária determinou o fechamento do local nesta quarta-feira (10).
As agressões contra o homem, que é dependente químico, foram filmadas por funcionários do local. Em um momento do vídeo, é possível ver o homem sem camisa amarrado em uma cadeira.
O local conhecido como "comunidade terapêutica Efata". No dia das agressões, o homem chega a ser encaminhado ao hospital devido a gravidade dos hematomas, mas morre horas depois de chegar ao local.
Dois funcionários da clínica tiveram os celulares apreendidos. Em um áudio, o funcionário Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos confessa as agressões.
"Chegou aqui na unidade pagando de brabo, eu cobri no pau. Estou com a mão toda inchada", disse Matheus, que foi preso em flagrante por tortura.
Agora, a polícia investiga outros funcionários que possam ter participado direta ou indiretamente da tortura – eles podem responder por omissão de socorro.
"Todos os funcionários que agiam sob o manto desse contrato teriam o dever legal de evitar qualquer tipo de mal, prejuízo e lesão àquela vítima. Logo, se assim não agiram, a omissão é penalmente relevante", disse o delegado Adair Marques, da Delegacia Central de Cotia.
A prefeitura alega que a clínica particular é clandestina e, por isso, foi interditada. Cerca de 20 pacientes que estavam internados na clínica Efata devem ser retirados do local por familiares.