O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), disse que o governo local vai pedir a suspensão da dívida gaúcha com a União após as enchentes que colocaram a região em calamidade pública.
Em entrevista para a Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (6), ele afirmou que o Estado não tem capacidade de investimento para a reconstrução das cidades.
Fazendo uma analogia, as contas do Estado são um desastre.
“São décadas de endividamentos. O Estado tem maior endividamento per capita do Brasil. Tem déficit da Previdência muito superior aos demais Estados…”, explicou Souza.
A dívida pública do Rio Grande do Sul chegou a R$ 93 bilhões em 2022. Segundo o vice-governador, seriam pagos R$ 3 bilhões ao governo federal neste ano. Segundo ele, uma das dificuldades históricas do Estado é a dificuldade de captação de recursos.
“Nós não temos royalties do petróleo, não temos fundos de desenvolvimento regional, como no Norte, Nordeste. Temos apenas as receitas primárias e precisamos muito do aporte federal”, afirmou.
“Fim” de cidades
Souza afirmou que o dinheiro pode ser importantes até mesmo para o deslocamento de cidades inteiras de regiões afetadas por alagamentos. Em entrevista para a Rádio Bandeirantes de Porto Alegre, o prefeito de Muçum chegou a dizer que teme pelo futuro da cidade após três desastres em oito meses.
“Não dá para descartar até mesmo o deslocamento de comunidades inteiras. Imagine o custo, a operação burocrática, o envolvimento das pessoas que lá residem para a gente ter que eventualmente decidir deslocar a comunidades inteiras para outros lugares, sob a pena de todo ano a gente estar à mercê de situações como essa”, disse o vice-governador.