Ter a segunda taxa de juros mais alta do mundo deveria ligar alerta, diz ex-presidente do BNDES

Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES, avaliou a alta na taxa básica de juros, anunciada pelo Banco Central nesta quarta-feira (18)

Da redação

O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Paulo Rabello de Castro afirmou em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, nesta quinta-feira (19) que o país ter a segunda taxa de juros mais alta do mundo deveria "ligar alerta" ao comentar a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros. 

"Não considerei correta essa medida porque não há motivos técnicos suficientes para se interromper o movimento muito gradual de descida de uma taxa de juros que a segunda mais elevada do mundo. Fica caro para o consumidor (...) qualquer um paga mais caro quando o juro se eleva", disse.  

Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano. A decisão tem um aumento de 0,25% - é a primeira vez que se eleva a taxa no governo Lula.

Para Rabello de Castro, "é muito conveniente um novo presidente [do BC] chegar com essa taxa exageradamente alta". O governo Lula indicou o economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central no lugar de Roberto Campos Neto, que vem sendo alvo de críticas do presidente.  

Galípolo ainda precisa passar por sabatina no Senado antes de assumir o cargo no início do ano vem. Campos Neto fica na presidência até o dezembro. Para Rabello de Castro, Galípolo poderá "tirar uma boa onda e dizer que chegou com a taxa alta e começar a abaixá-la". "É muito estranho Campos Neto pagar esse pedágio".

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