A Polícia Federal vai ouvir novamente o tenente-coronel Mauro Cid após o feriado de Carnaval.
A PF quer saber se o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro tem mais informações que ainda não foram reveladas.
Os investigadores também vão questionar Cid sobre o motivo de o vídeo da reunião ministerial gravada por ele não ter sido informado antes da apreensão do material.
Depois da divulgação do vídeo, o ex-presidente afirmou que não houve organização para dar um golpe de estado.
Jair Bolsonaro voltou a dizer que a operação é uma perseguição política e que a prisão de auxiliares não se sustenta.
Para a PF, o vídeo da reunião com ministros embasa as acusações contra o ex-presidente no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
A avaliação dos investigadores é de que as declarações se conectam com outras provas, como as trocas de mensagens entre ministros e militares.
Ontem, o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto chegou ao Brasil vindo dos Estados Unidos e foi ouvido pela Polícia Federal.
A PF espera que o militar dê novas informações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Ele deve permanecer preso no Quartel do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.
As informações do depoimento do coronel serão cruzadas com os detalhes colhidos com os outros detidos e com os 16 alvos de busca e apreensão.
Na estrutura apontada pelas investigações, Corrêa Netto é classificado como integrante do núcleo operacional de apoio às ações para um golpe de Estado.
Também foram encontrados no celular de Mauro Cid registros de que o militar intermediou uma reunião para selecionar oficiais com habilidades específicas.
Esse encontro teria acontecido em novembro de 2022, após o resultado das eleições.
O general Estevam Theophilo, alvo de busca e apreensão na operação Hora da Verdade, também aparece nos registros do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O outro militar preso pela PF é o tenente-coronel Rafael Martins, das Forças Especiais do Exército.
Ele foi detido em Niterói, no Rio de Janeiro, e, assim como Corrêa Netto, teria a função de mobilizar tropas para pôr em prática o plano de golpe.