Há um ano, Camila Orlando uma missão complicada, reformular a equipe feminina do Palmeiras. A treinadora foi anunciada no dia 23 de novembro de 2023, após o Verdão perder de 8 a 0 do rival Corinthians. De tabela, teve que lidar com a chegada de 17 novas jogadoras.
Hoje, ela é campeã paulista, com o Palmeiras vencendo exatamente o Corinthians nos pênaltis na decisão. Para completar, foi a eleita a melhor treinadora do Paulistão.
“Obviamente o projeto feminino do Palmeiras já é um projeto vencedor, campeão de Libertadores, mas consagrar um novo momento para o clube, com 17 novas atletas chegando, também o meu primeiro ano no clube e ganhar título do campeonato Paulista é realmente fruto de muito trabalho”, contou a treinadora, em entrevista para a Rádio Bandeirantes.
Agora, o objetivo é evitar um mal comum no futebol feminino brasileiro. Garantir que esse elenco campeão siga em 2025, evitando mais um desmanche de elenco no Verdão.
“A gente vai ter um tempo para poder conversar e potencializar não somente aqui no Palmeiras, mas eu acho que isso é um grande passo que a gente tem que dar, de realmente ter contratos mais longos”, afirmou Camila Orlando.
Futuro do futebol feminino
A próxima geração do futebol feminino é um tema visto com carinho por Camila. A modalidade vem crescendo desde 2016, quando a Conmebol obrigou os clubes da Libertadores a terem equipes femininas. Agora, é hora de olhar para a base.
“Eu acho que a gente não pode parar, a gente precisa seguir com passos largos aí. Precisa seguir investindo na base, precisa seguir formando novas atletas. Até porque hoje a gente já tem três campeonatos nacionais, a gente tem campeonatos estaduais fortes. Agora a categoria de base também, com campeonato sub-20, sub-17, sub-15. Agora a seleção sub-15 se iniciando. Acho que quanto antes a gente precisa estruturar e dar mais oportunidades de trabalho, para a gente poder massificar o futebol feminino”, explica Camila.
Com formação nos Estados Unidos, Camila não sonha com um projeto de base que, como no masculino alviverde, seja focado apenas na formação de estrelas, mas um modelo próximo do norte-americano, com educação sendo dada junta com o campo.
“Eu acho que a gente tem que usar o futebol masculino como referência, é um caminho, mas eu acho que a gente não precisa fazer exatamente o mesmo é que o futebol masculino tem. Eu particularmente acho que a gente poderia ir para um caminho da utilização da educação junto com o esporte. Formar não só profissionais do futebol, mas também conseguir é dar uma oportunidade para que a atleta possa ter outros caminhos, ter uma visão”, explicou Camila Orlando.