No encontro da Cúpula do Brics, em Kazan, na Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu meios de pagamento alternativos ao dólar e abordou outros temas, como o combate à fome.
Lula defendeu a necessidade de uma moeda para trocas comerciais e financeiras feitas pelo bloco. Ele falou nesta quarta-feira (22) por videoconferência no encontro.
"Por meio do mecanismo de cooperação interbancária, os nossos bancos nacionais vão estabelecer linhas de crédito em moedas locais. Novo banco de desenvolvimento tem investido na infraestrutura necessária para fortalecer nossas economias (...) agora é chegada a hora de avançar para criar meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países", disse Lula
A jornalista e correspondente internacional o Grupo Bandeirantes Sonia Blota acompanhou as falas do presidente e de Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos Brics, diretamente de Kazan, sede da cúpula.
Lula falou durante sete minutos e abordou também as guerras que acontecem em Gaza e na Ucrânia. "Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos, mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida, trabalho digno e escolas e hospitais, meio ambiente sadio e uma vida paz sem armas que vitimam inocentes", disse o presidente.
Dilma Rousseff, que participou do encontro presencialmente, também criticou a guerra no Oriente Médio e afirmou o dólar "altera condições de vida da população e afeta a base do sistema financeiro internacional".
"No âmbito geopolítico, a dramática situação dos palestinos continua a ser o ponto central de nossa preocupação. Morte de mulheres e crianças tem uma única explicação: extermínio."
"A complexa situação geopolítica é acrescida pelo uso do dólar como uma arma de alteração das condições de vida da população que afeta a base do sistema financeiro internacional", disse Dilma.
O primeiro dia do encontro também teve reuniões do presidente russo, Vladmir Putin, com os presidentes da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.