Após seis anos e meio de investigação e mobilização pública, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados a 78 anos e 9 meses e 59 anos e 8 meses de prisão, respectivamente, pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
O crime, ocorrido em 14 de março de 2018, ganhou repercussão nacional e internacional. Agora, a condenação dos assassinos também repercutiu no mundo.
O britânico The Guardian disse que o crime foi um dos assassinatos mais chocantes e notórios da história do Rio de Janeiro. A publicação ainda destaca que Marielle era uma estrela política em ascensão e que o caminho até o julgamento e a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foi "longo e tortuoso".
Os jornais El País, The Washington Post e o Le Monde também noticiaram a condenação dos ex-policiais. As publicações destacam o caráter político do crime e que Marielle Franco incomodava o esquema de grilagem de terra dos milicianos que atuam no Rio de Janeiro.
O julgamento do caso
O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro ouviu ao todo nove testemunhas, entre elas: a assessora de Marielle, que também foi vítima do atentado, familiares da vereadora e de Anderson, especialistas em perícia e ex-colegas dos réus.
Os depoimentos foram cruciais para construir uma narrativa detalhada sobre o planejamento e a execução do crime, expor as motivações por trás dos assassinatos, além de mostrar os sofrimentos causados às famílias da parlamentar e do motorista. O julgamento durou cerca de 20 horas.