"Sem internet, população ouvia rádio", diz capitão de SP que atuou no RS

Equipe da Defesa Civil de SP contou à Rádio Bandeirantes como foram os dias de trabalho e o cenário de destruição encontrado no RS

DA REDAÇÃO

Parte da equipe da Defesa Civil de São Paulo que atuou nos resgates no Rio Grande do Sul voltou ao estado após semanas de trabalho ao lado de autoridades e do povo gaúcho. Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (20), eles relataram como foi a atuação dos profissionais e voluntários em meio à tragédia.  

Segundo o capitão da Defesa Civil Roberto Farina, o rádio foi essencial nos primeiros dias das fortes chuvas e enchentes que atingiram o estado.  

“Andando por ali vimos as pessoas ouvindo as rádios, ouvimos rádio ligado alto nos carros, pessoal com rádio na mão. Eles estavam passando orientações, falando sobre a chuva e a cota do rio (Taquari).”

"Nos primeiros dias, a gente usou muito o rádio pra se orientar, a gente andava cerca 30 km para usar wi-fi de um posto de gasolina, que depois perdeu a conexão com a internet também. O rádio foi essencial e fundamental na comunicação das pessoas tanto para informa-las como para acalmá-las", relatou o capitão.  

A Defesa Civil de SP também passou a usar a rádio local de Estrela, município localizado no Vale do Taquari, para fornecer informações e orientações à população.  

"Nos abrigos, você vê pais sem filhos e filhos sem pais", diz cabo

A cabo da Defesa Civil Carla Zimmermann também atuou no Rio Grande do Sul e contou à Rádio Bandeirantes um dos momentos marcantes dos dias de trabalho durante uma visita a um abrigo no Dia das Mães.  

"Uma menina de 5 anos me deu uma rosa de papel crepom, me abraçou e disse que eu seria a amiga dela. O nome dela era Maria Eduarda, o mesmo nome da minha filha de 15 anos. O mais importante foi participar dessa fase dos abrigos. Somos seres humanos e sentimos na pele. Quando visitamos abrigos, vemos pais sem filhos e filhos sem pais", disse a cabo Carla.  

Chuvas no RS: números da tragédia 

  • O número de mortos nas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 157, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil estadual.
  • Outras 88 estão desaparecidas e 806 estão feridas.  
  • 76.188 pessoas estão em abrigos e 581.633 estão desalojadas.  
  • No total, 463 municípios e 2.339.508 pessoas foram afetadas pela tragédia.  
  • 82.666 pessoas e 12.358 animais já foram resgatados pelas equipes. 

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