A seca extrema que atinge o Amazonas afeta quase 95% das cidades do estado. Dos 62 municípios, 58 estão em calamidade ou emergência por causa da pior estiagem em 121 anos, quando os registros começaram a ser realizados.
De acordo com a MapBiomas, rede colaborativa que monitora os biomas brasileiros, o Amazonas registrou a menor superfície coberta por água desde 2018. Ontem, o Rio Negro baixou mais 10 centímetros e atingiu o patamar de 13 metros e 49 centímetros.
O Madeira, outro afluente importante do Amazonas, chegou a mínima histórica de 6 metros e 8 centímetros de profundidade. Já o Solimões tem registrado pequenas altas com as chuvas dos últimos dias.
Já são mais de 550 mil pessoas afetadas de alguma maneira pela seca. A travessia entre a comunidade de Vila Nova e Manaus, que era feita de barco, agora precisa ocorrer a pé, no meio da lama, até chegar ao leito do rio.
A estiagem histórica também tem impacto na economia amazonense; com a baixa dos rios, matérias-primas não estão chegando à Zona Franca de Manaus. Cerca de 15 mil trabalhadores de mais de 30 empresas do polo industrial estão em férias coletivas por causa da seca.
O governador do estado disse que a dragagem do Rio Amazonas no trecho próximo à Zona Franca deverá começar nos próximos dias. A navegação na extensão conhecida como Tabocal está suspensa desde o início deste mês.
Wilson Lima também afirmou que vai se reunir com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros hoje, em Brasília. Segundo o governador, o encontro servirá para detalhar o que já foi feito para combater os efeitos da seca e fazer novos anúncios.