O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu neste domingo (19), em um acidente de helicóptero quando voltava do Azerbeijão. No local, ele havia inaugurado uma barragem ao lado do presidente azeri, Ilham Aliyev.
Devido ao mau tempo, a aeronave teve que realizar um pouso de emergência e acabou colidindo com as montanhas. Além de Raisi, todos os outros oito ocupantes do helicóptero, incluindo o chanceler iraniano Hossein Amir-Abdollahian e o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, também morreram.
A morte de Raisi é um evento de grande impacto, não apenas para o Irã, mas para todo o cenário geopolítico do Oriente Médio. O vice-presidente Mohammad Mokhber assumiu provisoriamente o poder e terá 50 dias para organizar novas eleições.
As circunstâncias da morte ainda são misteriosas Os iranianos devem observar atentos os próximos dias e semanas, no aguardo de explicações sobre o acidente.
Perfil conservador e "comitê da morte"
- Ebrahim Raisi, de 63 anos, era uma figura proeminente na política iraniana, conhecido por seu perfil ultraconservador e sua adesão à linha dura do regime dos aiatolás.
- Ele assumiu a presidência do Irã em junho de 2021 e era considerado o mais provável sucessor do Líder Supremo, Ali Khamenei.
- Desde jovem, Raisi esteve envolvido na política, participando dos protestos da Revolução Islâmica de 1979 que derrubaram o xá do Irã.
- Ao longo de sua carreira, exerceu diversos cargos no poder judiciário, incluindo o de procurador-geral e chefe do judiciário iraniano.
- Raisi era uma figura controversa, acusado de severa repressão contra opositores e de envolvimento em violações de direitos humanos.
- Em 1988, aos 25 anos, ele foi um dos quatro juízes do chamado "comitê da morte", responsável pela execução de cerca de 5 mil prisioneiros políticos.
- Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi devido ao seu histórico de abusos, incluindo a execução de menores após as conturbadas eleições de 2009.
- Durante seu mandato como presidente, Raisi continuou a responder com dureza às manifestações contra o regime, empregando a pena de morte para fins políticos.
- A repressão aos protestos sobre o uso obrigatório do véu islâmico resultou em violência contra mulheres e na execução de 230 pessoas em 2024.