Alícia Dudy Muller Veiga pretendia se especializar na área cirúrgica ao ingressar em uma das universidades mais conceituadas de Medicina, a USP, em 2018.
Após seis anos, no entanto, aluna de Medicina foi condenada por estelionato após ter confessado em depoimento à polícia que gastou recursos arrecadados dos colegas em bens pessoais, viagens, jogos e investimentos.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) anunciou nesta terça-feira (2) que considerou Alícia culpada por cometer o delito, de forma continuada, por oito vezes.
O total de recursos desviados pela estudante foi de R$ 927 mil. Os valores arrecadados entre a turma de Medicina seriam usados para festa de formatura.
Em fevereiro de 2018, ao ser entrevistada pelo Jornal da USP durante as matrículas presenciais dos candidatos aprovados pela Fuvest, Alícia contou que gostaria de se especializar na área cirúrgica e disse ter sido muito bem recebida pelos veteranos do curso.
Agora, os alunos de Medicina da USP pedem o afastamento definitivo de Alícia do curso. Eles alegam que ela ainda segue em aulas na universidade. Quando o caso foi divulgado, a estudante chegou a trancar o curso.
"É certo que os alunos da USP, bem como a sociedade, aguardam pela igual condenação das instâncias da USP. Convidamos, portanto, a Sra. Eloísa Bonfá, Diretora da Faculdade de Medicina, e ao Sr. Carlos Gilberto Carlotti Junior, Reitor da USP, a convocarem com urgência o julgamento para avaliar o afastamento definitivo da Sra. Alicia Dudy Muller das atividades como aluna de medicina da USP", diz a nota.
Alícia foi condenada a cumprir pena de cinco anos de cadeia, em regime semiaberto – quando o detento passa a noite na prisão. Ela pode recorrer da decisão.
A comissão de formatura da 106ª Turma da Faculdade de Medicina da USP, da qual Alícia fazia parte, foi dissolvida após a celebração da festa de formatura em janeiro.
