O presidente russo, Vladimir Putin, oficializou hoje (30) a anexação de quatro regiões ucranianas ocupadas.

Após referendos, que duraram cinco dias na última semana, as cidades de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kerson decidiram se tornar parte da Federação Russa.

Os resultados da pesquisa popular são contestados internacionalmente, principalmente pela Ucrânia e por países membros da OTAN (Tratado do Atlântico Norte).

O governo russo afirma que obteve respostas favoráveis que variam de 87% e 99%.

Críticas Ocidentais

De acordo com os críticos, Moscou utilizou de força física e manipulação de resultados para anexar as regiões, que somam quase 15% do território ucraniano.

Mesmo com represálias, Putin discursou nesta sexta-feira confirmando a incorporação dos territórios.

Discurso de Putin

Em seu discurso de 37 minutos, o presidente citou a atrapalhada dissolução da União Soviética, em 1991, como causador do conflito atual no leste europeu.

“As pessoas subitamente se encontram cortadas de seu país de origem. Isto separou e desmembrou nossa nação, iniciando uma catástrofe”, argumentou Putin.

De maneira enfática, o presidente afirmou que “ os residentes de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kerson estão se tornando nossos cidadãos. Para sempre.”

O líder ainda utilizou a fala para transferir as pechas que ficou marcado com a guerra para outros países.

Responsabilizou a Ucrânia por iniciar uma guerra, em 2014, e se recusar a sentar nas mesas de negociação. Porém, afirmou que os territórios anexados não serão cedidos, assim como a Crimeia, incorporada em 2014.

Ao resto do Ocidente, acusou os países da União Europeia de serem os reais colonizadores, citando as explorações de América,. África e Ásia.

Também argumentou que os EUA são uma ameaça nuclear, por ter sido a única nação a lançar duas bombas atômicas, se referindo às agressões ao Japão no fim da Segunda Guerra Mundial.

Putin também criticou a moralidade ocidental, tecendo comentários contrários à ampliação de direitos à comunidade LGBTQIA+. 

“Nos realmente queremos, aqui na Rússia, ao invés de “mãe” e “pai”, um “parente número 1”, “parente número 2” e “parente número 3”? Eles estão insanos.”