Presidente do Peru dissolve o parlamento e impõe toque de recolher no país

Pedro Castilho fez anúncio na TV, afirmando que o congresso é racista e o impede de governar

Luiz Felipe Nunes

Presidente do Peru dissolve o parlamento e impõe toque de recolher no país
Reuters

O presidente do Peru, Pedro Castilho, anunciou hoje a dissolução do congresso do país, além de um governo de emergência e toque de recolher.

Em anúncio veiculado na TV aberta peruana, Castilho afirmou que a maioria dos congressistas é racista, obstruindo o governo do presidente que é campesino. 

“Para essa maioria, que representa os oligopólios e monopólios, não é possível que um campesino governe o país, atendendo os mais vulneráveis”, disse o mandatário.

Castilho, eleito em 2021, passou por três tentativas de impeachment, além de investigações no congresso sobre supostos esquemas de corrupção.

O presidente afirmou que “a única agenda do congresso é a vacância presidencial e a renúncia a qualquer preço”. Segundo Castilho, mais de 70 projetos de lei foram enviados ao legislativo, como as reformas agrária e tributária, mas que não foram sequer apreciadas.

Desta forma o líder peruano afirmou que “esta situação intolerável não pode continuar, em atenção ao anseio cidadão, tomamos a decisão de instaurar um governo de exceção, com o intuito de restabelecer a democracia e o estado de direito”.

Castilho anunciou que o congresso atual está dissolvido e novas eleições serão convocadas rapidamente. Os novos eleitos terão a missão de redigir uma nova Constituição para o país, em até 9 meses.

Neste período, o presidente governará por meio de decretos-lei. 

A partir de hoje, os peruanos terão um toque de recolher, das 22h às 4h de cada dia.

Uma das missões do novo governo é a de reformar o poder judiciário, incluindo o Ministério Público.

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