O presidente Jair Bolsonaro deve prestar depoimento presencialmente à Polícia Federal no inquérito que apura se o ele interferiu na PF.
Desde as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro no começo do ano passado, Bolsonaro insistia em depor por escrito.
A maneira como o presidente prestaria o depoimento começou a ser discutida no Supremo Tribunal Federal em outubro de 2020.
Durante a sessão desta quarta-feira, o novo relator do caso, Alexandre de Moraes, leu um comunicado da Advocacia-Geral da União pedindo o depoimento presencial.
Por isso, o ministro suspendeu o julgamento para avaliar se o recurso contra o depoimento presencial ainda pode ser julgado.
O julgamento foi retomado apenas ontem, quase um ano depois de ter sido suspenso apenas com o voto de Celso de Mello, que se aposentou em seguida.
Na ocasião, o ministro afirmou que o depoimento não poderia ser feito por escrito.
O depoimento de Bolsonaro é o que falta para a conclusão das investigações sobre a suposta interferência do presidente na Polícia Federal.
Nos bastidores, o gesto foi visto como um recuo para evitar mais desgastes com o os ministros do STF.
Agora que Jair Bolsonaro aceita depor pessoalmente, a tendência é que o julgamento seja descartado.