Prefeitura deve permanecer no comando da Transwolff e da Upbus por 6 meses

A Justiça tranformou os dirigentes das empresas e mais 17 pessoas em réus, por esquema de lavagem de dinheiro que envolvia o PCC

Por Maju Arruda Leite

Prefeitura ficará no comando da Transwolff e Upbus por pelo menos 6 meses
Prefeitura ficará no comando da Transwolff e Upbus por pelo menos 6 meses
Reprodução/Brasil Urgente

A prefeitura de São Paulo deve permanecer no comando da Transwolff e da Upbus por pelo menos 6 meses. Há 30 dias, os dirigentes das empresas de ônibus foram alvos da operação Fim da Linha, do Ministério Público, e afastados da administração.  

Uma comissão que reúne os interventores, a Procuradoria-Geral e a Controladoria-Geral do município vai elaborar um relatório detalhando o primeiro mês de intervenção.  

Depois dos 6 meses, o grupo então vai apresentar um parecer que pode resultar no cancelamento do contrato e na abertura de uma nova licitação. Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ainda é necessário aguardar os próximos passos das investigações.  

A SPTrans reforça que a operação dos ônibus foi mantida, com 270 viagens a mais por dia. Diariamente, 650 mil passageiros são transportados em 145 linhas operadas pelas empresas sob intervenção.

Operação Fim da Linha  

No mês passado, a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público e transformou 19 alvos da Operação Fim da Linha em réus.  

Eles agora serão julgados por supostamente terem participado de esquema de lavagem de dinheiro que teria sido utilizado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no transporte público de São Paulo por meio de duas empresas de ônibus, a Upbus e a Transwolff.

Os réus foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, extorsão e apropriação indébita.

Na operação, os agentes apreenderam 11 armas, 813 munições diversas, R$ 161 mil, computadores, HDs e pen drives, assim como dólares e barras de ouro.

De acordo com a denúncia, entre os anos de 2014 e 2024, uma pessoa que coordenava as atividades de tráfico do PCC e outro indivíduo injetaram mais de R$ 20 milhões em recursos obtidos de forma ilícita em uma cooperativa de transporte público da zona leste, que viria a se transformar na UpBus.

Já na Transwolff, entre os anos de 2008 e 2023, dez denunciados lavaram cerca de R$ 54 milhões de dinheiro do crime, especialmente oriundo do tráfico de drogas, utilizando-se da empresa de transporte.

/ Com Agência Brasil

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