A prefeitura de São Paulo estuda um projeto-piloto para implementação de teleféricos na Brasilândia, na Zona Norte da capital. A proposta foi apresentada na Câmara Municipal pela vereadora Sandra Santana (MDB), entrevistada nesta quinta-feira (27) pelo Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes.
O estudo de viabilidade técnica para construção de uma estação com teleféricos prevê um investimento de R$ 1 bilhão e estima dois anos de obras. Os teleféricos percorreriam uma distância de 4,6 quilômetros no bairro, que possui um terreno acidentado e regiões com morro que não são acessadas por ônibus.
Segundo a vereadora do MDB, 3,2 mil pessoas seriam transportadas por hora nesse meio de transporte. A ideia do projeto é que o teleférico se torne um modal de transporte público que possa se expandir para outras regiões.
Atualmente, moradores de localidades mais distantes dentro da Brasilândia demoram cerca de 40 minutos para chegar ao Terminal Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte. De lá, eles pegam um ônibus para o Metrô Barra Funda, trajeto que demora cerca de 40 minutos. A construção de um teleférico otimizaria esse tempo, segundo a vereadora.
"A chegada do teleférico não é um passeio turístico (...) possibilitaria interligação com o [futuro] metrô Brasilândia, com o Terminal Cachoeirinha. Vai mudar a vida dessas pessoas e vai trazer, no mínimo, 1,5 hora a mais pra vida dessas pessoas", disse Sandra.
Para apresentar o estudo, Sandra Santana visitou Medelín, na Colômbia, que possui esse tipo de modal implementado. Atualmente, a cidade que possui regiões de morro tem quatro linhas de teleférico em operação e 13 estações.
A vereadora, que mora na Brasilândia, diz que a proposta é totalmente diferente da sugerida pelo então candidato Pablo Marçal durante a disputa para a prefeitura de São Paulo. Na época, Ricardo Nunes (MDB), então candidato à reeleição, classificou a ideia como "mirabolante".
"Estamos falando de um modal de transporte público em locais de difícil acesso. Isso está bem claro no meu projeto. A gente sabe que vai fazer toda a diferença. É importante as pessoas subirem o morro, fazer o percurso a pé, como os moradores fazem, até chegar em um ponto de ônibus que os leve para o Terminal Cachoeirinha", disse.