Polícia prende mulher acusada de roubar R$720 milhões da mãe

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o golpe incluia quadros de artistas, como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral

Da Redação

Filha com quadro de Tarsila do Amaral roubado da mãe DIVULGAÇÃO / POLÍCIA CIVIL DO RIO DE JANEIRO
Filha com quadro de Tarsila do Amaral roubado da mãe
DIVULGAÇÃO / POLÍCIA CIVIL DO RIO DE JANEIRO

A Polícia Civil prendeu hoje (10)  uma mulher acusada de articular um golpe de mais de R$ 720 milhões contra a própria mãe, que chegou a ser mantida em cárcere privado em um apartamento em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. 

O prejuízo à vítima vem do desvio de obras de arte de artistas renomados e joias, além de transferências bancárias.

Mais de R$700 milhões foram roubados em 16 quadros de artistas como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti.

Três delas, avaliadas em mais de R$300 milhões, foram recuperadas em uma galeria de arte de São Paulo.

O proprietário do estabelecimento confirmou que vendeu outras duas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires. 

Ele não desconfiou do crime por conhecer a família e pelos quadros terem sido entregues a ele pela própria filha da idosa.

Outros três mandados de prisão foram cumpridos nesta quarta-feira (10) contra acusados de integrar a quadrilha responsável pelo crime.

De acordo com os investigadores, o golpe começou a ser praticado há dois anos e meio quando a idosa, que é viúva de um grande colecionador de arte, saía de uma agência bancária, em Copacabana.

Na ocasião, a vítima foi informada por uma falsa vidente que a filha dele estava doente e iria morrer em breve.

A Polícia Civil afirma que, por ter afinidade com o misticismo e uma filha que enfrenta problemas psicológicos desde a adolescência, a idosa foi convencida, inclusive pela própria filha, a realizar os pagamentos solicitados para o tratamento espiritual proposto.

Entre os dias 22 de janeiro e 5 de fevereiro de 2020, foram realizadas oito transferências bancárias que ultrapassavam R$5 milhões. 

Alguns dias após o início do falso tratamento, a filha começou a isolar a mãe das pessoas de convívio regular, além de dispensar funcionários que prestavam serviços domésticos.

A vítima desconfiou e suspendeu o pagamento de valores, mas passou a ser agredida e ameaçada.

As únicas visitas à residência em Ipanema eram feitas por comparsas, que passaram também a ameaçar a idosa, que voltou a realizar as transferências.

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