O procurador-geral da República defende que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja investigado na apuração dos ataques golpistas em Brasília. Para Augusto Aras, é fundamental checar se houve algum tipo de participação dele, direta ou indiretamente, nos atos de vandalismo e contra a democracia. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o PGR destacou que o trabalho será amplo e poderá resultar em ação penal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, já acolheu um pedido da PGR para incluir Bolsonaro no inquérito que investiga quem está por trás das cenas de violência. O objetivo é determinar se ele cometeu incitação pública de crime ao compartilhar e depois apagar um vídeo sugerindo que a eleição de Lula foi fraudada pela Justiça.
Na decisão, Alexandre de Moraes frisou que Bolsonaro "reiteradamente incorre" nos atos investigados na ação das milícias digitais. Ele ressaltou que isso se "assemelha a conduta de organização criminosa". A defesa do ex-presidente argumenta que o cliente sempre repudiou todos os atos criminosos. E sempre falou contra tais comportamentos ilícitos e atuou dentro das quatro linhas da Constituição.
Jair Bolsonaro viajou para os Estados Unidos dois dias antes da posse de Lula e não tem previsão para a volta ao Brasil. Ontem, o ex-presidente quebrou o silêncio, em conversa com apoiadores. No Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez questão de se distanciar de Jair Bolsonaro
Apoiadores de primeira linha de Bolsonaro e até mesmo o comando do partido dele, o PL, têm pressionado o ex-presidente a condenar os atos de maneira mais veemente. E pedir o fim dos protestos. Seria o primeiro passo, segundo parlamentares, para que ele passe a ocupar de fato o lugar de líder da oposição.