A perícia da Polícia Federal no celular de Ibaneis Rocha conclui que ele não demonstrou ser conivente com os ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
O relatório que analisou as conversas do governador afastado do Distrito Federal com membros da Segurança Pública foi encaminhado ontem ao Supremo. O conteúdo foi retirado do aplicativo de mensagens Whatsapp na véspera e no dia dos atos antidemocráticos às sedes dos Três Poderes.
O relatório indica, no entanto, que Ibaneis Rocha minimizou os riscos de toda a movimentação na capital federal. Até porque, todos os informes que ele recebeu até a invasão eram de que estava tudo sob controle e que providências haviam sido tomadas.
Um dia antes dos ataques, o presidente do Senado enviou uma mensagem de preocupação ao governador do Distrito Federal. Rodrigo Pacheco relatou que a Polícia Legislativa estava apreensiva com o risco de invasão e pediu reforço policial.
Ibaneis Rocha respondeu que não haveria problema e que já tinha colocado todas as forças na rua. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também demonstrou preocupação, e Ibaneis igualmente o tranquilizou.
A Polícia Militar do Distrito Federal encaminhou informes naquele domingo, mantendo a observação de que estava tudo pacífico.
Horas depois, com os atos golpistas, o que se viu foi um Ibaneis Rocha irritado, dando ordem para a PM "ir com tudo pra cima dos vagabundos".
Ibaneis Rocha
Cristiano Carvalho/Agência Brasília