O congresso peruano não obteve os votos necessários para adiantar as eleições presidenciais do país.
Nove dias após a moção de vacância e a prisão contra o até então presidente Pedro Castillo, a atual mandatária, Dina Boluarte falhou em promover um novo pleito em 2023.
Com 44 votos a favor, 33 contra e 25 abstenções, a medida, que precisava de 87 votos, não passou. A lei poderia ser aprovada até com 66 votos, mas dependeria de um referendo para ser concretizada.
Desta forma, as eleições de 2026 se mantêm com sua data original.
O partido Perú Libre, que abrigava Castillo até este ano, se absteve em sua maioria. O direitista Fuerza Popular, de Keiko Fujimori, derrotada nas eleições de 2021, votou em peso a favor da mudança.
O congresso peruano, porém, é fragmentado, contando com diversos parlamentares independentes, sem nenhum partido.
A votação foi marcada ainda por gritos encabeçados pela esquerda pedindo uma nova Constituição.
O Peru atualmente convive com um conjunto de leis ambíguas. Tanto regras que concentram o poder nas mãos do presidente - aprovadas pelo ex-ditador Alberto Fujimori - quanto leis reformistas - aprovadas no governo Martín Vizcarra - coexistem.
Desta forma, o Peru já teve 7 presidentes em 7 anos.