Pedro Campos sobre ex-presos em audiência sobre saidinha: "Que moral eles têm?"

Âncora do Jornal Gente criticou a presença de ex-traficantes na Assembleia do RJ em sessão que debate a ressocialização de detentos

Da Redação

O âncora Pedro Campos, da Rádio Bandeirantes, criticou no Jornal Gente desta terça-feira (30) a ideia de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para debater como medidas como a "saidinha" temporária de presos podem ajudar criminosos que cumprem pena em sua ressocialização na sociedade. A ideia de promover o debate é do deputado do Carlos Minc (PSB), e o evento terá a presença de três ex-traficantes ressocializados que atualmente trabalham em projetos audiovisuais ligados à ONG AfroReggae.

“Eu pergunto a vocês: que moral que essa gente tem para falar de Segurança Pública? A única coisa que eles entendem é de tráfico de drogas, é de crime. É tudo aquilo que está sendo combatido por esta lei que vai impedir a saída temporária de presos, que vai impedir que policiais como aquele de Minas Gerais no fim do ano sejam mortos por gente dessa Laia, que sai muito rápido da cadeia depois de cometer crime grave na sociedade. É isso que essa legislação vai fazer”, opinou Campos.

A audiência na Alerj terá João Paulo Garcia dos Santos, o "JP", Amabílio Gomes Filho, o “MB” e Nei da Conceição Cruz, o “Nei Falcão”, todos atualmente em liberdade após cumprimento de penas por vários crimes, entre eles, o de tráfico de drogas.

Campos recordou em seu comentário que Minc é do PSB, mesmo partido que ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a limitação de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro, pedido concedido em 2020. E pediu que as penas de condenados pela Justiça sejam cumpridas em sua totalidade.

“Não adianta vir com esse papo de que 60%, 70%, 80% voltam, né? Como se fossem santinhos. Não são. Tanto que estão dentro da cadeia e precisam cumprir a pena. É somente isso que a sociedade está pedindo. A sociedade quer que eles cumpram a pena. Somente isso, nada mais do que isso. Agora, que eles não sejam condenados a uma pena de 12 anos e, em dois anos, já estejam de volta à rua para assaltar, para matar ou para oferecer risco para a sociedade”, completou criticando a fala de Minc que o fim da saidinha seria como uma “prisão perpétua”.

Congresso analisará veto de Lula essa semana

O Congresso Nacional deve analisar nesta quinta (2) o veto parcial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no projeto que limita a "saidinha" de presos, aprovado no fim de março. Deputados e senadores vão decidir se mantem ou derrubam a decisão do presidente da República.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o trecho vetado impedia a saída dos detentos que estão no regime semiaberto para visitar a família.

Atualmente, a legislação permite o benefício a presos do regime semiaberto que já tenham cumprido o mínimo de um sexto da pena, se for primário, e um quarto, se for reincidente, por até cinco vezes ao ano.

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