O âncora Pedro Campos, da Rádio Bandeirantes, analisou durante a manhã desta quinta-feira (31) a suspensão concedida pela Justiça de São Paulo do leilão de parceria público-privada (PPP) realizado para privatizar a construção e manutenção de escolas em 17 cidades paulistas.
De acordo com o jornalista, trata-se de uma amostra do quão difícil é "conseguir ultrapassar algumas barreiras e fazer uma coisa nova" no Brasil.
"O Governo do Estado de São Paulo quer construir escolas. Construção de escolas para o nosso futuro. Sem educação, não vamos mudar as coisas. Não adianta investir em outras áreas se não tivermos uma educação de qualidade. Os países desenvolvidos só chegaram onde chegaram porque tem uma educação de qualidade", analisou.
Pedro ainda pontuou que o governo não tem como construir essas escolas e que o repasse da construção e manutenção para a iniciativa privada permitiria que o Palácio dos Bandeirantes possa focar em outras áreas que precisam de atenção.
"Não está se falando de influência pedagógica. Essas empresas vão ser contratadas para executar obras, para administrar do ponto de vista da administração apenas. Elas não terão interferência no conteúdo programático", pontuou.
O sindicato, se suspeita o porque, é contra essa iniciativa do governo de construir escola. Assim como foi contra as escolas cívico-militar. São escolas que terão um novo modelo, um modelo diferente. Quem escolhe qual ensino o filho vai ter, é o pai e a mãe. Esses são os responsáveis. Agora, por razões ideológicas e obscuras, muitas vezes, nós temos esses tipos de provocação e a Justiça cai nessas cascas de banana", completou.
Entenda o caso
Na última quarta-feira (30), uma ação movida pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) foi acolhida pelo magistrado Luis Manuel Fonseca Pires e suspendeu o leilão realizado na última terça.
Em sua decisão, o juiz argumenta que a licitação e a prestação de concessão a particular da gestão de escolas públicas compromete o serviço público de educação “porque pressupõe equivocadamente ser possível dissociar o espaço físico da atividade pedagógica”.