A megaoperação no centro de São Paulo, deflagrada nesta terça-feira (6), já prendeu pelo menos dez pessoas e apreendeu 65 celulares. Entre os presos está um suposto chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região central, Leonardo Moja, conhecido como "Léo do Moinho".
Ele foi preso na Praia Grande, litoral de São Paulo, na manhã desta terça.
"Léo do Moinho" é apontado pelas investigações como um dos chefes do tráfico na favela do moinho, no Centro, e é dono de uma série de hotéis e comércios na região central, que funcionariam como ponto de abastecimento de drogas e armas do PCC.
Agentes da GCM atuando como milícia
Dois agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) também foram presos. Antônio Carlos Amorim e Janaina da Conceição são acusados de atuarem como milícia na Cracolândia extorquindo moradores e comerciantes da região em troca de segurança.
O GCM afastado Elisson Assis, que também fazia parte da milícia, ainda não foi preso. O mandado de prisão dele foi autorizado pela Justiça de São Paulo.
A revelação de que Elisson Assis integrava a milícia que atuava na região central aconteceu após uma reportagem do Jornal da Band. Em junho do ano passado, a reportagem exibiu áudios que revelam o esquema de atuação do grupo no centro de São Paulo.
Após a reportagem, Elisson foi afastado e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Receita Federal, relatórios com operações financeiras consideradas atípicas.
Segundo as investigações, hotéis, hospedarias e ferros-velhos eram usados pelo crime organizado para armazenamento de drogas e armas.
Batizada de "Salus et Dignitas", a ação cumpre de 117 mandados de busca e apreensão, 7 de prisão, 46 de sequestro e bloqueio de bens, além da suspensão de atividade econômica e interdição de 44 prédios comerciais.