Na última quinta-feira (13), Ralph Yarl, de 16 anos, foi buscar seus irmãos na casa de um amigo em Kansas City, Missouri, nos Estados Unidos. Ele se confundiu e, em vez de ir na rua 115th Terrace, chegou na 115th Street e tocou a campainha da casa. Um homem abriu a porta, mandou o jovem ir embora e imediatamente disparou dois tiros que atingiram a cabeça e o braço de Ralph. Após pedir ajuda em três casas da rua, o adolescente foi socorrido e levado ao hospital.
A reação do público foi instantânea. Protestos foram organizados em Kansas City, destacando uma suposta motivação racial do atirador, e internautas se mobilizaram para buscar justiça e apoiar o jovem que estava hospitalizado. Uma “vaquinha” virtual foi criada para custear o atendimento médico de Ralph e já arrecadou mais de três milhões de dólares.
No sábado, apenas dois dias após o ocorrido, o menino recebeu alta e foi para casa se recuperar. O advogado da família Yarl, Lee Merritt, disse à CNN americana que a recuperação de Ralph foi milagrosa e que, na quinta-feira, os médicos precisaram remover estilhaços de seu cérebro.
O acusado é Andrew Lester, de 84 anos - o dono da casa. Ele responde por agressão em primeiro grau e ação criminosa armada. Após se entregar para a polícia no dia do crime, foi liberado duas horas depois com o pagamento de uma fiança de 200 mil dólares. A chefe de polícia de Kansas City, Stacey Graves, afirmou que “reconhece componentes raciais” no caso e que entende a preocupação e manifestação da comunidade ao incidente.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com Ralph Yarl pelo telefone e convidou o jovem para uma visita na Casa Branca. Ele se manifestou através do Twitter:
“Nenhum pai deveria ter a preocupação de que seu filho pode ser baleado por tocar na campainha errada. Nós precisamos continuar a luta contra a violência com armas de fogo. E, Ralph, nos vemos no Salão Oval quando você se sentir melhor”.