O novo comandante do Exército se reúne hoje com os generais que compõem o Alto Comando, em Brasília.
A pedido de Lula, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva deverá adotar uma postura mais firme em defesa das investigações dos atos criminosos do dia 8. E deve defender a punição de militares que tenham algum envolvimento nas ações.
Ontem, na Argentina, o presidente foi questionado sobre a confiança na relação com as Forças Armadas. O petista disse que quem ocupa qualquer carreira de Estado não deve se envolver na política.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se reuniu nesta segunda-feira com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. Segundo ele, a crise gerada recentemente está pacificada; e as investigações dos atos golpistas devem continuar em andamento.
Mais 54 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República por crimes cometidos durante a invasão e a depredação dos prédios públicos. Com isso, já são 98 denunciados. Outros seis inquéritos foram abertos pelo ministro Alexandre de Moraes - três serão para a apuração de autores intelectuais, financiadores e executores dos atos.
Os outros vão apurar a possível incitação aos crimes cometidos por três deputados. Já o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi adiado para o dia 2 de fevereiro. A decisão foi tomada para que a defesa do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro tenha acesso também à parte sigilosa do processo.
Já o governador afastado, Ibaneis Rocha, entregou o celular para perícia da Polícia Federal; os dois são investigados por omissão e conivência.
General Tomás Miguel Ribeiro Paiva
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO