Israel lançou um ataque massivo contra a Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira (18) e matou mais de 400 pessoas, segundo hospitais do território palestino. O bombardeio ameaça colocar fim ao cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que está em vigor há quase dois meses.
Para o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan, o ataque de hoje é "uma crônica de morte anunciada". Em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, Trevisan afirmou que há pressão dentro dos grupos políticos israelenses para que esses ataques continuem em Gaza.
"Essa questão se transportou para a luta política dentro de Israel. A composição do governo está sobrevivendo com a promessa de que esses ataques continuem. Esse grupo político não aceita sequer conversas sobre dois estados na Faixa de Gaza enquanto há forte pressão internacional para um acordo de paz", disse.
Segundo ele, a pressão tem muitos aspectos, um deles é a visão de Donald Trump de manter o acordo prometendo a abertura da Faixa de Gaza. "Mas o que se tem de concreto é o poder militar de Israel".
"Nesse momento, o que temos é uma promessa dos grupos de direita [do governo de Israel] de não encaminhar nenhum solução para dois estados. Não é só extinguir o Hamas, mas deixar Gaza sob controle israelense", disse Trevisan.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou ter ordenado o ataque por causa do impasse nas negociações pela segunda fase da trégua. "Israel vai, de agora em diante, agir contra o Hamas com força militar crescente", informou o gabinete do premiê.
