"Momento crítico", diz prefeita de Pelotas após cheia do canal São Gonçalo

Canal que recebe águas da lagoa dos Patos chegou a 3,13 metros nesta segunda-feira (27); sistema de contenção funcionou e não há novos alagamentos na cidade

DA REDAÇÃO

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), afirmou em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, que o município está passando pelo "momento mais crítico" desde o início das fortes chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul.  

Nesta segunda-feira (27), o nível do canal São Gonçalo, que recebe águas da lagoa dos Patos, chegou a 3,13 metros – na enchente histórica de 1941, o mesmo canal chegou a 2,88 metros. Apesar da elevação recorde, o sistema de contenção da cidade deu conta e não há novos pontos de alagamento na cidade de Pelotas.  

"Estamos passando pelo momento mais crítico, que em Pelotas chegou um pouco depois. Deu tempo de orientar a população e reforçar o sistema de contenção de cheias. Chegamos ontem ao clímax dessa crise climática com a elevação do canal São Gonçalo, mas felizmente não tivemos novas áreas alagadas por conta disso, nosso dique de contenção funcionou e segurou a força dessas águas", disse Paula.  

Nesta terça, o nível do canal São Gonçalo baixou e está em 3,05 metros. Segundo a prefeita, apesar do sistema de contenção ter funcionado, o momento ainda é de atenção.  

"Estamos em uma situação muito grave. As águas que tomavam algumas avenidas já diminuíram, mas ainda temos áreas alagadas. Hoje me parece que teremos um dia mais tranquilo, passamos pelo pior sem maiores danos do que já tivemos no início dessa catástrofe climática."

Planejamento e reconstrução  

Para a prefeita da cidade, será necessária uma mudança na forma de planejar políticas públicas para as cidades e o conceito de sustentabilidade precisará ser colocado em prática para a reconstrução do Rio Grande do Sul.  

"O conceito da sustentabilidade está muito mais no discurso do que na prática. Este é um alerta muito forte que vai pedir decisões imediatas. Se me perguntassem qual era a primeira prioridade do município, não era essa. Esses temas pareciam distantes da maioria dos gestores. Uma região do Brasil precisou sofrer essa catástrofe para chamar a atenção ao quanto tudo isso é grave. E não é assunto pra daqui algumas décadas, é assunto pra ontem", disse Paula Mascarenhas.  

Segundo a prefeita, a cidade não tem dinheiro para fazer investimentos na reconstrução de tudo o que foi atingido pelas enchentes porque fica "com a menor fatia do bolo tributário".

"Dinheiro não tem, é a realidade. Então investimentos não partirão dos municípios, mas precisamos fortalecer o sistema de diques, que tem funcionado muito bem. Vamos lançar o plano de recuperação imediata na Câmara dos Vereadores. Vamos pedir apoio para projetos mais elaborados e que tenham em vista a prevenção."

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