O ministério da Educação busca um novo nome para ocupar a vaga de Milton Ribeiro.
O agora ex-ministro pediu exoneração do cargo ontem após denúncias de corrupção na pasta.
A saída acontece uma semana após a divulgação de áudios em que ele afirma liberar verbas do MEC para prefeituras por intermédio de dois pastores evangélicos.
Por meio de carta, o ministro disse que não realizou "nenhum ato que não fosse pautado pela correção e pelo compromisso com o dinheiro público".
E afirmou ter acionado a Controladoria-Geral da União, após ter recebido uma denúncia anônima sobre as irregularidades em agosto do ano passado.
Ontem, a informação de que bíblias com a foto do ministro foram distribuídas durante evento do MEC no interior do Pará tornou a situação insustentável.
Antes de pedir demissão, no entanto, Milton Ribeiro se defendeu; disse que pediu o encerramento da distribuição assim que soube do caso.
Nos bastidores, o pedido de demissão se tornou uma maneira de evitar o desgaste de Jair Bolsonaro em ano eleitoral.
O presidente considera Milton Ribeiro honesto e até chegou a dizer que colocaria a "cara no fogo" por ele.
Para o cientista político e colunista da Rádio Bandeirantes, Fernando Schuler, a saída do ministro era questão de tempo.
No cargo por quase dois anos, Milton Ribeiro foi o quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro.
São cotados para a vaga o diretor de ações educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Garigham Amarante.
E o secretário-executivo do MEC, Vitor Godoy, que assume a pasta interinamente.
Para a diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV, Cláudia Costin, está na hora de a pasta ter um chefe técnico para a sequência do mandato de Jair Bolsonaro.
O novo titular do Ministério da Educação deverá ser anunciado até o fim da semana.