Um dia após ser baleado na cabeça durante uma viagem a Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, Rinaldo Oliveira Amaral, conhecido como Mingau e baixista da banda Ultraje a Rigor, passou por uma cirurgia intracraniana de emergência.
O objetivo, segundo boletins médicos, era aliviar a pressão no cérebro, uma vez que o órgão inchou com o impacto do projétil e o resultado da intervenção foi considerado "satisfatório".
No entanto, mesmo com horas de repouso e sob estado de observação na UTI, onde segue mantido sob ventilação mecânica para respirar, Mingau pode ter de passar por novas intervenções cirúrgicas.
É o que explicou o neurocirurgião responsável pelo caso, Manoel Jacobsen Teixeira, do Hospital São Luiz. Caso o edema retorne e o cérebro volte a ser pressionado, será necessária outra cirurgia no artista.
Atualmente, Rinaldo encontra-se sedado e em coma induzido para que seja feito o controle exato da pressão intracraniana - considerado um grande desafio pelos especialistas. O caso ainda é considerado grave.
O projétil, que atravessou o crânio do músico, atingiu o lado esquerdo do cérebro, o responsável por movimento, linguagem e visão. Porém, não há, ainda, indicativos de que haverá sequelas em caso de sobrevivência.
"Fica difícil, na condição de um traumatizado de crânio, de estabelecer um prognóstico nessa fase. É uma condição grave, mas temos que aguardar. No momento, seria pouco correto estabelecer um prognóstico", considerou o médico.
Investigação
A Polícia Civil descobriu uma ‘casa bomba’, local que distribui drogas para pontos do tráfico, na mesma região em que Mingau, baixista do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça.
Em entrevista à Datena no Brasil Urgente, o delegado Marcelo Russo falou sobre as investigações, a prisão de um suspeito e os próximos passos.
“Nós começamos a fazer as diligências, recolher imagens de câmeras, depoimentos testemunhais, informações de colaboradores e chegamos a um autor do crime, que foi preso em flagrante com farta quantidade de drogas, arma de fogo e munição. A arma apreendida, uma pistola Glock ponto 40, é compatível com um projétil que nós encontramos no local da tentativa do homicídio”, disse.
O delegado acredita que está próximo de concluir o caso após as últimas informações. "Conseguimos fechar o quebra-cabeça com mais três elementos identificados e qualificados e estamos na busca para a prisão desses. A Ilha das Cobras é um local que tem uma atuação de uma facção criminosa autodenominada Comando Vermelho. Os integrantes praticam o tráfico de forma armada e o veículo da vítima entrou no local na Praça do Ovo, onde temos uma boca de fumo. É uma área perigosa e que deve ser evitada", afirmou.
Segundo Marcelo, a entrada de Mingau na região deve ter assustado os criminosos, que reagiram com tiros contra o carro do músico. “Para terem efetuado um disparo de arma de fogo contra um veículo é que, de uma certa forma, a entrada desse veículo grande, uma pick-up que balança, com vidro escuro, às 10 horas da noite e ao passar no quebra-molas, assustou os criminosos”.
Após uma ação de inteligência, os policiais conseguiram mapear esconderijos de armas e drogas. A operação da Polícia Civil e Militar encontraram uma casa alugada pelo tráfico usada para esconder drogas e armas de fogo, que estava ocultadas em um armário da residência.
A ‘casa bomba’ fica a apenas uma rua da Praça do Ovo, onde ocorreu o atentado contra o baixista da banda. No esconderijo os policiais encontraram três pistolas 9mm com numeração raspada, uma grande quantidade de drogas, como maconha, crack e cocaína, além de balanças de precisão e materiais para etiquetar as drogas para serem vendidas. Em outras casas da comunidade agentes encontraram munições.
No domingo (3), a Polícia Civil prendeu um homem suspeito de ter participado do atentado. Na casa dele, os agentes encontraram uma arma, munição, carregadores e drogas como lança-perfume, maconha e cocaína.