A CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) retomou seus trabalhos nesta semana, assim como o Congresso Nacional em geral, com o fim do recesso parlamentar.
Segundo o colunista do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, os trabalhos parlamentares vão avançar nas investigações sobre a atuação e planejamento dos movimentos sociais.
"Essa CPI do MST ainda vai nos mostrar como funcionam essas instituições, quem os financia, como são treinados e como são preparadas as invasões."
Presidida pelo deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e com seu par, Ricardo Salles(PL-SP), na relatoria, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) produziu debates acalorados recentemente.
O ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, discutiu com Salles após questionamentos sobre o "Carnaval Vermelho", onde movimentos sociais prometeram uma onda de invasões de terra.
Perguntado se o militar debateu sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general respondeu que não havia informações suficientes sobre o tema para que uma reunião presidencial fosse convocada.
O relator da CPI, então, respondeu de forma dura se o ex-chefe do GSI era "mentiroso ou incompetente", já que o tema pode ser enquadrado como questão de segurança nacional.
Já ontem, na última quarta-feira (2), o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, prestou depoimento na CPI.
O ex-policial militar foi questionado sobre os fatos da Frente Nacional de Luta (FNL), uma instituição similar ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que produziu o "Carnaval Vermelho" em fevereiro, na região do Pontal do Paraná.
Na ocasião, ocorreram 19 invasões. De acordo com Derrite, não havia famílias envolvidas nas invasões, comente homens e alguns armados de facões.
Além disso, o secretário fez uma denúncia grave de que o líder dessa frente, Cláudio Ribeiro, teria extorquido alguns fazendeiros e proprietários de terras pedindo para fazer a desocupação em troca de R$ 25 mil.