Rádio Bandeirantes

Marçal propõe uso de 'drones anti-ansiedade' para combater o crime em SP

Pré-candidato a prefeito de São Paulo colocou a segurança pública como principal problema da capital paulista; empresário defendeu o uso da tecnologia contra o crime

Da redação

O pré-candidato a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), concedeu uma entrevista exclusiva a Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira (12) e expôs suas principais propostas para melhorar a vida do cidadão paulistano caso vença as eleições. Entre as sugestões, está um 'drone anti-ansiedade'.

De acordo com o empresário, é possível contar com o auxilio da tecnologia para posicionar drones israelenses - que atualmente integram a sua escolta pessoal - em alguns pontos da cidade para identificar comportamentos suspeitos.

"Vamos ter que reprimir quem insistir no crime. Vai ter um anticrime em São Paulo. Na minha escolta pessoal tem um drone israelense. Esse drone é térmico e tem giroflex, tem alto falante. [...] Cara está armando uma situação para fazer um furto ou roubo. Você imagina a câmera detectando o comportamento do cara, nível de ansiedade, indo e voltando da esquina. Alguém já aborda: 'Está tudo bem?'. Ou seja, tem algo a ver com cor de pele? Não. Tem alguma coisa a ver com crença? Não. Comportamento", explicou.

Marçal também considerou que é imprescindível o uso da tecnologia para gerir e melhorar a sensação de segurança pública para os munícipes de São Paulo.

Embora tenha declarado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última eleição presidencial, o pré-candidato rechaçou o discurso de 'bandido bom é bandido morto' e disse ser preciso analisar as condições que levaram um cidadão ao mundo do crime.

"No passado, fomos omisso e não cuidamos dessas crianças e hoje temos pessoas que não tiveram oportunidades, e o que restou foi sonhar com o crime. Ou ir para o crime para ajudar em casa. Não sabemos a realidade de cada um, porque essas pessoas entraram nisso. Mas é muito fácil falar que é só matar o bandido. É uma pessoa. Precisamos tratar agora para não termos 63 mil pessoas jogadas na rua", afirmou.

Na visão de Marçal, é preciso ter uma visão temporal, de "passado, presente e futuro" para combater o problema da sensação de insegurança na cidade de São Paulo.  

"Vou tratar o futuro primeiro. Para tratar o futuro da segurança de São Paulo, a gente precisa ocupar as crianças, ensinar as profissões do futuro e ensinar um esporte. O esporte tem a capacidade de moldar um caráter das pessoas. No passado, a gente trata com tecnologia. Não tem como controlar uma cidade de 12 milhões de pessoas se não for com super tecnologia. As pessoas vão falar: 'Poxa, a gente vai perder a liberdade'. Mas ninguém vai roubar seu celular, ninguém vai roubar sua bolsa", pontuou.

Ainda na questão da segurança, Marçal disse que pretende triplicar a contingência da Guarda Civil Metropolitana e lutar para que a corporação possa utilizar armas de grosso calibre: "Vamos triplicar, treinar, ter amizade com o povo. Tem que ter arma pesada. Sensação de segurança. Se entrar alguém aqui e atentar contra a vida das pessoas, uma pistolinha não vai resolver".

Cardápio na Cracolândia

No enfrentamento de um dos principais problemas enfrentados pela cidade de São Paulo, Marçal afirmou não acreditar na internação compulsória como método para lidar com a Cracolândia. Para o pré-candidato, o número de pessoas recuperadas de maneira compulsória é irrisório e representa a falência deste modelo de atuação.

"Para recuperar a mentalidade de uma pessoa em situação de rua, é de seis meses a dois anos. É preciso ter paciência. [...] Eu acredito na forma que o Filipe Sabará fez. Pega um cardápio, como se fosse um garçom mesmo. Você tenta isso de cinco a dez vezes com a pessoa. Chega e fala: 'Escolhe aqui no cardápio. Você quer ser pintor? Quer ser atendente do McDonald's? O que você gostaria de aprender para sair da rua?'. A primeira pessoa não quer sair, a segunda não quer sair, a terceira já topa ir para um abrigo. Já muda o ambiente da pessoa", disse.

Demais problemas da cidade

Quando questionado sobre os outros gargalos de São Paulo, Marçal aproveitou o momento para pontuar que considera a favela do Paraisópolis como um "campo de concentração para matar essas pessoas". "Você deixa aquelas pessoas dentro do esgoto, literalmente, sem nem uma melhoria pública, e ninguém faz nada", disse.

A principal bandeira levantada pelo pré-candidato para mitigar os problemas das favelas na cidade são os mutirões. No entendimento de Marçal, é preciso "urbanizar" as áreas periféricas.  

"Muitos jovens e alguns adultos não tem profissão, ocupação e não produzem absolutamente nada. Precisamos urbanizar. [...] Ia falar revitalizar, mas não foi nem urbanizado. Por mais que as favelas estejam em áreas urbanas, nunca foram urbanizadas", considerou.

O empresário também propôs a criação de 'praças de empreendedorismo' para mitigar o deslocamento de pessoas - que saem de casa para trabalhar em lugares distantes - e a falta de oportunidades para a população carente.

Confira a entrevista com o pré-candidato Pablo Marçal (PRTB) na íntegra

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