Mais de mil yanomamis já foram resgatados do território invadido por garimpeiros, em Roraima, para não morrerem de fome e doenças.

A informação é do secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe. Ontem, ele descreveu a situação como cenário de guerra. Segundo Ricardo Weibe, a permanência de mais de 20 mil garimpeiros na terra indígena agrava o problema. E há pontos em que as equipes do governo não conseguem ter acesso por questões de logística e segurança. O secretário prepara um relatório que será entregue ao governo federal para servir de base na elaboração de políticas específicas.

Um hospital de campanha já começou a ser montado para reforçar os atendimentos médicos. Doze profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde foram enviados à Boa Vista.

Segundo relatório divulgado pelo Ministério dos Povos Indígenas, nos últimos 4 anos, 570 crianças morreram na região. A Polícia Federal vai investigar se houve omissão de agentes públicos na crise humanitária que atinge os yanomami. Até o momento, mais de 40 ocupantes de cargos de comando da Fundação Nacional dos Povos Indígenas foram demitidos.

O governo federal declarou estado de calamidade pública na reserva e um comitê interministerial foi criado para acompanhar e discutir ações.