"Macron deu um tiro no pé", diz Sonia Blota sobre antecipação de eleições

Partido de Marine Le Pen conseguiu uma vitória histórica no primeiro turno das eleições legislativas francesas

Da redação

Após os resultados do primeiro turno das eleições da França, a jornalista Sonia Blota, da Rádio Bandeirantes, avalia que Emmanuel Macron "deu um tiro no pé" ao antecipar as eleições de 2027.

No início de junho, após ver sua aliança centrista derrotada pela Reunião Nacional (RN) nas eleições ao Parlamento Europeu, Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições antecipadas.

O presidente francês esperava voltar a atrair os eleitores que se opõem à ultradireita de Le Pen, como ocorrera nas presidenciais de 2017 e 2022 para, eventualmente, eleger uma Assembleia Nacional mais favorável.  

O resultado, no entanto, ficou dentro do que as pesquisas previam e foi o maior comparecimento às urnas em eleições legislativas desde 1981.  

"Aqui na França o voto não é obrigatório. O resultado ficou dentro do previsto pelas pesquisas. Reunião Nacional sai na frente, ou seja, Macron deu um tiro no pé. Ao antecipar as eleições de 2027, ofuscando o maior evento esportivos dos últimos tempos, os Jogos Olímpicos, o presidente francês acreditou que o eleitor não votaria nos extremos e que a falta de união da esquerda e da direita seria uma opção certa do eleitor pelos centristas", disse Sonia.  

Na avaliação da jornalista, que vive em Paris, as previsões de Macron não se concretizarem porque “os franceses estão muito bravos com a perda do poder de compra, com a piora dos serviços públicos e com o crescimento desenfreado do fluxo migratório.”  

Caso o partido de Marine Le Pen vença em segundo turno, que acontecerá no próximo domingo (7), a França poderá ter um cenário inédito: um presidente de centro e um primeiro-ministro direitista.  

O nome do Reunião Nacional (RN) para o cargo é Jordan Bardella, de 28 anos. Para ocupar o cargo de primeiro-ministro ele precisa ter 289 assentos dos 567.

O partido Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen conseguiu uma vitória histórica no primeiro turno das eleições legislativas francesas, com 33% dos votos à Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento francês), seguida pela coalizão de partidos de esquerda Nova Frente Popular (NFP), com 28%, e da coligação do presidente Emmanuel Macron, chamada Juntos, que ficou em terceiro lugar, com apenas 20%.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.